Tobias Sammet (vocalista do Edguy) é o criador do
Avantasia, um dos projetos mais legais envolvendo o heavy metal e discos
conceituais, e desde 2001 vem lançando álbuns grandiosos com histórias
interessantes, convidados especiais e grandes canções de heavy metal
tradicional aliadas ao metal melódico e ao universo hard rock de uma forma
geral.
Em The Mystery of Time (2013, Nuclear
Blast) não foi diferente. Apoiado por Sascha Paeth (guitarrista
e também produtor do álbum, junto com Tobias), Miro (tecladista) e Russell
Gilbrook (bateria), Sammet pôs no mercado mais um belo disco do Avantasia e
novamente com uma história conceitual: se passa numa pequena cidade inglesa na
era Vitoriana onde um cientista de nome Aaron Blackwell é forçado a estudar as
coerências do tempo, Deus e ciência, o colocando numa batalha com suas próprias
convicções.
Quando comparamos com os álbuns anteriores, notamos que
o novo lançamento é mais direto e mais calcado no Power metal e no hard rock,
com os sempre característicos refrãos grudentos, como
nas duas primeiras faixas: “Spectress”
e “The Watchemaker’s Dream”, ambas
com a participação de Joe Lynn Turner (Rainbow, Malmsteen, Deep Purple), que
pela primeira vez grava com o Avantasia.
Turner também participa de dois
grandes épicos do álbum, sempre uma característica marcante no Avantasia, a
empolgante “Savior in the Clockwork” e
a emocionante “The Mystery of Time”. São
os dois grandes destaques de todo o disco e as duas canções que mais remete o ouvinte aos dois álbuns anteriores. Tobias é um ótimo compositor e toda
vez que se arriscou a criar esses longos épicos, nunca falhou.
Os velhos comparsas Bob Catley (Magnum) e Michael Kiske
(Unisonic) também participam, com destaque para as velozes e melódicas “Where Clocks Hands Freeze” e “Dweller in a Dream”, ambas típicas para
as vozes de Kiske e Sammet. Ótimos “duelos” vocais. Ronnie Atkins (Pretty
Maids) aparece na faiscante “Invoke the
Machine” e Biff Byford (Saxon) comanda a densa, orquestrada e sofisticada “Black Orchid”.
Outro que pinta pela primeira vez no projeto é Eric
Martin, do Mr. Big, cantando na balada “What’s
Left of Me”, que é bonita e bem executada, mas não chega a empolgar.
O primeiro single do álbum foi “Sleepwalking” com participação de Cloudy Yang, e é uma faixa que
beira o pop-rock e provavelmente por isso foi escolhida como faixa de
divulgação.
Os guitarristas Bruce Kulick, Oliver Hartmann e Arjen
Anthony Lucassen participaram do álbum gravando alguns solos e o baixo ficou
por conta do próprio Tobias Sammet.
The
Mystery of Time é o sexto disco do Avantasia e após os épicos
discos anteriores, a dobradinha Angel of
Babylon e The Wicked Symphony
(2010), Tobias parece ter tido a vontade de fazer algo mais direto e “na cara”, focada no power metal e no hard rock. E conseguiu.
Só senti falta do Jorn Lande, sempre uma voz marcante nos
trabalhos do Avantasia.
De todos os discos do Avantasia, este é o menos brilhante, mas isso não é algo ruim - pelo contrário, é um disco bastante bom. Mérito para os outros que são acima da média.
Nota:
7.5
1 - Spectress (Joe Lynn Turner)
2 - The Watchemaker's Dream (Joe Lynn Turner)
3 - Black Orchid (Biff Byford)
4 - Where Clock Hands Freeze (Michael Kiske)
5 - Sleepwalking (Cloud Yang)
6 - Savior in the Clockwork (Joe Lynn Turner, Michael Kiske e Biff Byford)
7 - Invoke the Machine (Ronnie Atkins)
8 - What's Left of Me (Eric Martin)
9 - Dweller in a Dream (Michael Kiske)
10 - The Great Mystery (Joe Lynn Turner, Biff Byford e Bob Catley)
Bruce Kulick: solo nas faixas 3, 6 e 10
Oliver Hartmann: solo nas faixas 4, 7 e 9
Arjen Lucassen: solo na faixa 2
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