O sueco Ghost, uma das bandas mais comentadas dos últimos 5 anos, solta o seu
segundo álbum, Infestissumam,
produzido por Nick Raskulinecz (que já trabalhou com nomes que vão de
Evanescence e Marylin Manson, a Rush e Death Angel), e continua sem divulgar
quem são os membros da banda. Tudo que se sabe é que o vocalista se denomina como
Papa Emeritus II, e os outros cinco integrantes (baterista, baixista,
tecladista e 2 guitarristas) são apenas chamados como “Nameless Ghouls”.
Com o tamanho do sucesso atingido pelo Ghost dentro da cena heavy metal, lançar um segundo disco sempre é uma pressão enorme: superar os resultados, críticas e esperanças dos fãs em relação ao primeiro. E a banda fez isso com sobras.
Este
mistério envolvendo a banda, o fato de tocarem mascarados e usarem claramente
uma temática satânica, fez crescer um mundo de marketing em cima dos caras.
Porém, não devemos atrelar somente a isso o sucesso do Ghost. Os caras são bons
– e muito!
Se o
primeiro, “Opus Eponymous”, foi
bastante elogiado por público e crítica, sendo considerado em quase todas as
publicações como um dos discos do ano entre 2010 e 2011, o novo álbum tem tudo para
manter a mesma pegada, e até superar.
Infestissumam já começa superior na produção. O
som da bateria está fantástico, e os timbres de guitarra e baixo estão pesados
e sujos, e ao mesmo tempo cristalinos de se ouvir.
Na
sonoridade da banda não houve mudanças, eles continuam fazendo aquele heavy
metal na marcha lenta, com fortes influências de nomes como Mercyful Fate, e de
estilos como hard rock e rock psicodélico.
Os grandes
destaques ficam por conta de Year
Zero, que teve uma divulgação inicial no mínimo curiosa: quem votasse no
vocalista da banda para novo Papa da Igreja Católica poderia fazer o download
gratuito da canção. A letra satânica, como em todo o restante, caminha
junto com dos instrumentais mais legais do disco. Denso, pesado e empolgante. A
melódica Body and Blood também agrada
com sua sonoridade mais hard rock e um solo de guitarra simples e muito
inspirado que é o ápice da canção. Per
Aspera ad Inferi e Jigolo Har Megiddo
são incríveis pela grandiosidade com que soam, mesmo sendo relativamente
simples em sua sonoridade.
O Ghost
também conseguiu algo que poucas bandas conseguem: a intro, que é a
faixa-título, também é um dos destaques. Com um canto gregoriano que
serve de abertura para um instrumental apoteótico, e que depois engrena para a
segunda faixa, a já citada Per
Aspera ad Inferi, a intro faz com que este seja um exemplo de cd em que o ouvinte jamais pulará o início do álbum e irá direto para a segunda faixa.
Ghuleh / Zombie Queen é arrepiante, assustadora e ao mesmo tempo bonita. A primeira parte, Ghuleh, é lenta, horripilante, quase perfeita para trilha sonora de filme de terror. E Zombie Queen é a parte heavy metal, com direito a refrão grudento e bastante melódica.
O primeiro
single divulgado, “Secular Haze”, já
mostrava que a banda vinha com tudo para superar o primeiro álbum, mas depois
de ouvir Infestissumam completo por
pelo menos umas três vezes, posso afirmar que é superior ao debut tanto
pela produção como pelas próprias canções.
A trinca que encerra o disco, Idolatrine, com seu climão setentista, Depth of Satan's Eyes e Monstrance Clock, que tem uma melodia linda, o faz com grandiosidade.
Independente
se o mistério que a banda cria em torno de si a fez ganhar fama, sua música não
deve em nada ao grau de popularidade que obteve nos últimos anos. Lembrando que a banda estará presente no palco principal do Rock in Rio 4 este ano, em 19 de setembro, no mesmo dia de Metallica e Alice in Chains.
A versão
deluxe ainda conta com um cover do Abba para I’m a Marionette produzida por ninguém menos que Dave Grohl, que
também tocou bateria na faixa.
Excelente.
Nota: 9.5
1. | "Infestissumam" | |
2. | "Per Aspera ad Inferi" | |
3. | "Secular Haze" | |
4. | "Jigolo Har Megiddo" | |
5. | "Ghuleh / Zombie Queen" | |
6. | "Year Zero" | |
7. | "Idolatrine" | |
8. | "Body and Blood" | |
9. | "Depth of Satan's Eyes" | |
10. | "Monstrance Clock" |
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