Por Rose Gomes
Neste
mês um dos álbuns mais lendários da história completou 40 anos. Aladdin Sane,
do músico inglês David Bowie, traz uma mistura de influências que vão desde as
guerras mundiais e o holocausto, passando pelo livro "Vile Bodies"
de Evelyn Waugh, chegando ao aspecto glam rocker dos músicos da época, sem
esquecer da evidente inspiração tirada dos Stones. Foi escrito na estrada
durante a turnê de seu álbum anterior, The Rise and Fall of Ziggy Stardust
and The Spiders From Mars, sob pressão da gravadora. E podemos dizer que
esse foi o único caso em que trabalhar sob total pressão deu certo.
Não
se trata exatamente de um álbum conceitual, embora o material tenha uma certa
lógica. Segundo Bowie à época de seu lançamento, “as músicas não eram
para formar um álbum conceitual, mas, olhando agora, parece definitivamente
haver uma ligação de uma para outra”.
A
obra de Aladdin Sane já começa pela capa, feita pelo fotógrafo Brian
Duffy que retrata o cantor com um raio, (curiosamente o símbolo da Panasonic)
pintado em seu rosto, exibindo uma espécie de caricatura andrógina e ao mesmo
tempo alienígena que até hoje é lembrado pelos fãs com verdadeira paixão. Foram
dezenas de fotos e Bowie escolheu sua preferida, que se tornaria uma das
imagens mais emblemáticas da música e de sua carreira. Pronto, a primeira
parte de Aladdin Sane já estava cravada na história.
A
poética e performática Time mais uma vez apresenta o belo piano
como personagem principal que em dueto com a intensa interpretação de Bowie
traz uma sensação quase teatral.
O
disco ainda conta com The Prettiest Star
que é uma regravação saída de um single de Bowie de 1970, Let´s Spend the Night
Togheter, cover mais rocker dos Stones e muito bem executado e The Jean Genie,
grande clássico inspirado em Iggy Pop e no escritor francês Jean Genet, que
traz uma batida levemente blueseana, destacando a gaita carismática.
Lady Grinning Soul encerra essa fantástica viagem
com um piano dramático e performance suave de Bowie para a apaixonante
declaração de amor feita à musa de Brown Sugar dos Stones, a cantora
Claudia Lennear.
Vale
destacar também o incrível trabalho dos músicos envolvidos e o excelente
backing vocal de Linda Lewis, que ajudaram a dar a identidade certa para o
álbum, que é uma verdadeira referência musical.
Aladdin Sane - David Bowie
1. "Watch That Man"
2. “Aladdin Sane (1913-1938-197?)"
3. "Drive-In Saturday"
4. "Panic in Detroit"
5. "Cracked Actor"
6. "Time"
7. "The Prettiest Star"
8. "Let's Spend the Night Together"
9. "The Jean Genie"
10. "Lady Grinning Soul"
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