Por Rose Gomes
Nicholas Rodney Drake, ou simplesmente Nick Drake. Talvez você nunca tenha ouvido falar neste artista singular ou talvez até o conheça e hoje mostrarei um pouco de sua curta, porém valorosa discografia.
Nascido em junho de 1948 na antiga
Birmânia, Drake traz em todas as suas composições a melancolia como tema
central. O cantor morreu jovem – aos 26 anos, em novembro de 1974. Muitos
acreditam que tenha sido suicídio, pois Nick sofria de forte
depressão, o que podemos notar claramente em seu trabalho. Com um estilo
chamado por muitos de folk progressivo teve uma carreira breve com
apenas três discos lançados e o mais irônico ou até mesmo injusto é que
somente décadas depois de sua morte seus álbuns foram reconhecidos como
alguns dos melhores discos da história.
Five Leaves Left – Setembro de 1969
Neste trabalho voz de
Nick remete um pouco a Jack Johnson e em algumas músicas Jakob
Dylan do Wallflowers, mas de uma maneira mais soturna.
Esse disco
traz mais referências à música clássica, é aquele tipo de música pra
relaxar, pegar uma estrada ou até mesmo descansar a cabeça. River Man
tem uma orquestra bonita, o som do violino desliza sobre o som
do violão. Destaques para Way to Blue com uma
belíssima introdução, e Day is Done. O disco fecha com Saturday Sun que tem um dos pianos mais lindos que já ouvi, e um estilo mais voltado ao jazz.
Ficou em 283º lugar na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone.
Entra também na lista de discos preferidos de alguns músicos como
Robert Smith vocal do The Cure e Peter Buck, guitarra do R.E.M.
Bryter Layter - Novembro de 1970
É um álbum menos deprê. Drake foi acompanhado pela banda folk britânica Fairport Convention e por John Cale, ex-músico do Velvet Underground. Possui maior influência de jazz e músicas mais animadas como Hazey Jane II e Poor Boy.
O disco começa com a belíssima Introduction, com a suave presença de violinos. A flauta da instrumental Sunday faz imaginar que Nick teria se dado muito bem em uma banda de rock progressivo.
Ficou em 245º lugar entre os 500 maiores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone, e apesar de Pink Moon ser o álbum mais aclamado pela critica , ainda assim esse foi o que mais gostei.
Pink Moon – Fevereiro 1972
É mais depressivo e simples, contando
apenas com Nick e um violão. Foi gravado em duas sessões de duas horas,
e tem somente 28 minutos. No estúdio apenas Nick e o produtor Joe Boyd
estavam presentes.
Abre com a música de mesmo nome, Pink
Moon que é destaque juntamente com This Behind the Sun com um violão
muitíssimo bem trabalhado. No geral as letras também chamam a atenção
por serem bem depressivas. Em Place to be, Nick canta:
"And I was strong, strong in the sun
I thought I’d see when day is done
Now I’m weaker than the palest blue."
"E eu era forte, forte sob o sol.
Pensei que veria quando o dia chegasse ao fim
Agora sou mais fraco que o mais pálido dos azuis."
Bastante elogiado pela crítica, Pink Moon ficou em 320ª na lista dos 500 maiores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone, mostrando que é possível se fazer um álbum de qualidade apenas com violão e banquinho.
"E eu era forte, forte sob o sol.
Pensei que veria quando o dia chegasse ao fim
Agora sou mais fraco que o mais pálido dos azuis."
Bastante elogiado pela crítica, Pink Moon ficou em 320ª na lista dos 500 maiores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone, mostrando que é possível se fazer um álbum de qualidade apenas com violão e banquinho.
Não há registros de Nick Drake se
apresentando ou falando. No youtube podemos ver apenas a clipes de
fotos, o que me deixa mais curiosa ainda em relação a ele, e
a tudo relacionado a essa época dos anos 60-70, tão depressiva, tão
saudosa, tão medonha, tão fascinante!
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