Richie
Kotzen (ex-Mr. Big, Poison) voltou ao Brasil recentemente com o novo projeto de qual faz parte, o
sensacional The Winery Dogs, junto de Mike Portnoy e Billy Sheehan, para
divulgar o debut do trio – e nada melhor como repassar um pouco a carreira
desse grande músico em um post especial aqui no TRMB.
Separei 5 discos da carreira do cara – não importa se solo ou como membro de alguma banda
– como uma indicação para conhecer melhor o talento do guitarrista. A ordem numérica é apenas uma questão de listagem, e não vai do melhor para o "menos melhor" e nem vice-versa.
Por Carlos H. Silva
Por Carlos H. Silva
#1 – Mother Head’s Family Reunion
(1994)
Mother Head’s é o primeiro trabalho do
guitarrista após a complicada saída do Poison – apenas para ilustrar, o
baterista Rikki Rockett descobriu que Kotzen estava tendo um caso com sua noiva
– e é também o primeiro por uma grande gravadora, a Geffen, e é onde mostra de uma forma mais clara suas influências da música negra, como soul e
blues.
A singela Where Did Our Love Go é outro destaque,
com um riff limpo e um solo cheio de classe. Natural Thing, A Love Divine e
Testify mostram bem a união do hard
rock com as influências funk e soul, enquanto o final do álbum com Livin’ Easy e Cover Me tem Richie detonando no blues.
Excelente
registro.
#2 – Get Up (2004)
Assim como
o álbum anterior, também foi lançado um tempo depois de Richie sair de uma
grande banda de Hard rock – dessa vez foi o Mr. Big, que acabou em 2002.
O primeiro
disco pós-Mr. Big foi Change (2003),
mas com Get Up o músico se superou e
lançou um petardo do hard rock. Tendo produzido o álbum e gravado todos os
instrumentos, o norte-americano demonstra toda sua
destreza em pancadas como Losin My Mind
e Fantasy e mostra seu feeling em
canções como Remember.
O foco aqui
é para quem gosta do hard rock setentista, com um toque blueseiro e funkeiro,
como bem representado na faixa So Cold,
onde Kotzen mistura os gêneros de forma genial.
Consistente
do início ao fim, Get Up é uma prova
da capacidade do guitarrista em se renovar – e ao mesmo tempo prestar um
tributo às suas raízes.
#3 – Native Tongue (1993, com o
Poison)
A entrada
de um músico como Kotzen no Poison foi de um bem enorme e a banda acabou
lançando seu melhor trabalho. De cara notamos a maior influência de tons de
blues, corais, em suma, uma influência maior da música negra norte-americana,
algo que sempre norteou sua carreira. Stay
Alive, bela canção, é uma das que representam isso.
O maior hit
do disco – e um dos maiores do grupo – é Stand,
outra com grandes corais e melodias de uma beleza indiscutível - e com um solo memorável.
Blind Faith é sensacional, refrão radiofônico e
os riffs passeando por toda a canção. The Scream é uma das mais pesadas do
disco, junto com Strike Up the Band, enquanto
Theatre of the Soul e Until You Suffer Some (Fire and Ice) tem
belas passagens acústicas e Bring it Home
e Ain’t That The Truth tem ótimas
passagens funkeadas. Um tema acústico instrumental nomeada Richie’s Acoustic Thang ainda faz parte do álbum, mostrando o
talento do guitarrista no violão.
#4 – Actual Size
(2001, com o Mr. Big)
Em seu Segundo
album como guitarrista do Mr. Big, Richie se impôs na banda e chamou seu amigo
Richie Zito (que também produziu Mother Head’s... e Native
tongue, do Poison) para produzir o disco e de quebra escreveu algumas
faixas do disco em parceria com o produtor.
Esse é o
Caso de Shine, canção que alcançou o
primeiro posto nas paradas japonesas e - assim como Stand,
do Poison – o músico faz questão de apresentar em seus shows solo ou com o
The Winery Dogs. Vale lembrar que o baixista aqui também é Billy Sheehan, atual
companheiro de Kotzen nos Dogs.
Lost in America e Wake Up funcionam bem como abertura do trabalho, pois são animadas
e contagiantes, e o trabalho de guitarra é impecável. A primeira tem um refrão emocionante com a interpretação do vocalista Eric Martin. Arrow é uma bela balada, e faixas como Mary Goes 'Round mostram bem a veia "kotzen" dessa fase do Mr. Big.
I Don’t Want to be Happy é mais uma das que evidenciam o
fantástico feeling blueseiro do cara, enquanto Crawl Over Me mostra o lado “rockão” da banda. Suffocation tem uma levada funkeada de empolgar qualquer um e é o guitarrista quem assume os vocais.
Infelizmente logo após a turnê deste disco, devido a problemas internos, o Mr. Big chegou ao fim - retornando anos depois com a formação clássica, contando com Paul Gilbert na guitarra.
Infelizmente logo após a turnê deste disco, devido a problemas internos, o Mr. Big chegou ao fim - retornando anos depois com a formação clássica, contando com Paul Gilbert na guitarra.
#5 – The Winery
Dogs (2013, com o The Winery Dogs)
Não há
muito segredo do que podem fazer músicos como Richie, Mike Portnoy e
Billy Sheehan – e quando foi anunciado um projeto que juntaria os três, duvido
muito que alguém duvidasse que sairia algo de alta qualidade.
A veia do
disco é o hard rock com o som distorcido e pesado do baixo de Sheehan, as
famosas viradas e sincopadas de Portnoy e a pegada sem palheta de Kotzen – que as
abandonou há alguns anos.
Canções
como Elevate, Desire, We Are One e a
super balada I’m No Angel (com um
riff emocionante que lembra Bad Penny, de
Rory Gallagher) já nasceram para ser hits.
Apesar de
ter uma voz parecida com Chris Cornell, lenda do grunge, Kotzen também emula
bem David Coverdale como na hard Criminal
e na emocionante Regret. Six Feet Deeper é uma pancada onde todos
da banda dão um show, com destaque para Mike Portnoy. The Other Side é outra que poderia facilmente tocar nas rádios do
mundo todo.
The Winery Dogs já nasceu como um grupo clássico do rock/hard rock e assim como os outros quatro citados aqui, é um ótimo exemplo do que um músico como Richie Kotzen pode fazer - e ainda por cima bem acompanhado, fica difícil não colocar esse álbum na lista dos melhores dos melhores.
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