Hoje é 31 de dezembro de 2013, mais conhecido como “último
dia do ano” e como caiu na terça-feira, o dia que posto a minha coluna semanal,
decidi prestar uma homenagem às canções que considero as melhores lançadas em
2013 (para ouvi-las é só clicar em cima do nome) – e também a alguns outros
fatores que considerei marcantes.
#1 – God is Dead?
– Black Sabbath (apenas Black Sabbath!)
#2 – Black John –
Stone Sour (que pegada! Que refrão e que letra foda!)
#3 – Monstrance Clock– Ghost (um hino do mal; certamente a maior convocação de culto ao cramunhão na
música; o coral entoando o refrão no final é de arrepiar até ao Papa)
#4 – Elevate – The
Winery Dogs (sem mais comentários, hard rock técnico de primeiríssima linha)
#5 – Flores da VidaReal – Ed Motta (descobri que existe AOR fora do Hard Rock com o Ed Motta e
seu novo disco; e que riffs AORes lindos essa canção tem!)
#6 – Give Life Back toMusic – Daft Punk (a canção começa e eu fico esperando o Michael Jackson
aparecer a qualquer momento)
#7 – Dope – Lady
GaGa (provando que é uma excelente cantora; mesmo que soe bêbada em alguns
momentos. Essa menina tem uma voz de leão!)
#8 – The Looking Glass
– Dream Theater (climão de hard rock certeiramente influenciado pelo Rush)
#9 – A Door Into Summer – Joe Satriani (Satriani fazendo seus fraseados conversarem com o
ouvinte)
#10 – Sense of Insanity – Blackfield (lindas melodias, refrão incrível; Steven Wilson é um
gênio)
Surpresas do ano:
O álbum The
Mediator Between Head and Hands Must be the Heart, do Sepultura; não
esperava nada demais da banda, e eles me surpreenderam com uma pegada que
lembra os bons e velhos tempos, especialmente as palhetadas e riffs de Andreas
Kisser e a brutalidade do baterista Eloy Casagrande.
Avenged Sevenfold no Rock in Rio; eu já gostava da
banda, mas o show dos caras in loco me fez curtir ainda mais e respeitar mais a
banda, que faz um puta som ao vivo, pesado, consistente e não deixou ninguém
parado. Nada mal para uma banda em que 9 em cada 10 “roqueiros” do país dizia
que levaria garrafadas por tocar no mesmo dia de Iron Maiden e Slayer. Além disso a banda lançou um bom disco também, Hail to the King.
Destaques:
O death metal teve um grande ano em 2013. Seja de qualquer
uma das vertentes, do death metal old school ao atual death metal técnico, os
lançamentos foram gloriosos. Destaco os novos discos de Gorguts, Suffocation,
Rivers of Nihil, Hypocrisy e, claro, Immolation e Revocation, que até entraram
na minha lista dos 10 melhores discos do ano.
O prog, também em todas as suas vertentes, do tradicional ao
djent, teve mais um ano grandioso. De Steven Wilson a Dream Theater, passando
por Intronaut, Tesseract, Ihsahn, Haken e mais uma inúmera quantidade de
bandas.
Bruce Springsteen com um show simplesmente fantástico no Rock in Rio 2013.
Bruce Springsteen com um show simplesmente fantástico no Rock in Rio 2013.
Retornos esperados: Black Sabbath e Carcass voltando com
discos de estúdio. Só o fato de ter disco novo já daria muita mídia para ambas,
e o fato dos dois álbuns serem ótimos, foi melhor ainda.
Humberto Gessinger lançando o primeiro disco solo em um
disco que é mezzo Engenheiros do Hawaii mezzo tributo ao Rio Grande do Sul, com
diversos convidados e ex-membros do Engenheiros do Hawaii E voltando a tocar
baixo. Grande.
Decepções do ano:
Super Collider,
mais recente trabalho do Megadeth. Um disco ruim com R maiúsculo.
O show do Bon Jovi no Rock in Rio. Chato, burocrático, sem
emoção e com um set list muito mal montado. E ainda assim foi a turnê mais
lucrativa do ano, o que prova a relevância dessa banda.
Discos ao vivo:
Principalmente agora mais próximo ao fim do ano, alguns
ótimos discos ao vivo chegaram no mercado: o excelente Live at Luna Park, do Dream Theater, gravado na Argentina; o sempre
magistral Rush veio com seu Clockwork
Angels Tour; o Nightwish aproveitou a oficialização de Floor Jansen como
vocalista e lançou Showtime, Storytime
(aliás, a efetivação de Floor é um dos meus destaques do ano também) e o Muse
com Live at Rome Olympic Stadium
foram alguns dos melhores lançamentos ao vivo do ano.
Uma pena:
Este ano, como em todos os outros, é a lei da vida, morreram
muitos músicos importantes – alguns eram verdadeiras lendas. Entre esses nomes
estão o de caras como Alvin Lee, do Ten Years After, J.J. Cale, Jeff Hanneman
(Slayer), Lou Reed, Ray Manzarek (The Doors) e Richie Havens. George Duke, que tocou na Mothers of
Invention e Chi Cheng, do Deftones também se foram.
Outras mortes também chamaram a atenção, como as de Chorão e
Champignon, dois membros icônicos do Charlie Brown Jr., uma das mais populares
bandas brasileiras. Enquanto o vocalista foi encontrado morto após uma
overdose, o baixista se matou alguns meses depois – dizem que ele estava em
depressão. Posso dizer que essas mortes, principalmente a do Chorão, me fizeram
mudar alguns conceitos. Por isso tiro este parágrafo em especial para tratar
sobre isso. Alguns dias depois da morte do Chorão eu passei toda a discografia
do Charlie Brown Jr. pro meu iPod (e eu já tinha baixada – e se não a tivesse,
a baixaria) e ouvi bastante até descobrir que, porra, eu gosto de Charlie Brown
Jr. Não que eu deseje a morte de alguém, mas em um país que Los Hermanos e O
Teatro Mágico são idolatrados, perder o Charlie Brown Jr. é complicado.
Concordando ou não com suas palavras e/ou atitudes, Chorão ainda era uma voz
para a juventude. Seus colegas de geração ou já tiveram suas carreiras
afundadas, ou se converteram, ou, sei lá, morreram também, e o cara permanecia
lá com a atitude dele em meio a esse cenário de bom mocismo e pagapauzismo de
MPB que vive o rock nacional.
“E aí, galera,
diversidade é legal, mas não deixa o rock morrer nessa porra, hein. E rock é
camisa preta. Não tem essa porra de amarelinho, vermelhinho, rosinha.”
E se você já teve 17 anos e gostava de rock, é impossível
não se identificar com um trecho como:
“Você falou pra ela
que eu sou louco e canto mal, que eu não presto e que eu sou um marginal; que
eu não tenho educação, que eu só falo palavrão e que pra socialite eu não tenho
vocação; sei que isso tudo é verdade, mas, eu quero que se foda essa porra de
sociedade (...)”
Estive observando também a minha LastFM; segue abaixo
imagens com os meus álbuns mais ouvidos e logo depois uma com as
bandas/artistas mais ouvidos em 2013. É claro que a lista não é completamente
real por 2 motivos: 1) o que eu ouvi no celular o ano todo não computou na
LastFM; 2) o scrobble do meu iPod não funciona com determinadas bandas (sério,
tem bandas que ele simplesmente ignora, como por exemplo o Guns n’ Roses, banda
que ouvi muito em 2013 e certamente estaria aí nas duas listas se o scrobble
funcionasse direito) - quer gerar o seu? Clique aqui.
É isso aí! Que 2014 seja ainda melhor!
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