Eu sei que você deve estar se
perguntando “Iron Maiden, um disco só? Mas pô, os caras têm uma discografia
extensa!”, pois é meu amigo, acontece que hoje não vamos falar sobre a banda do
tio Steve Harris e sim, trocar ideia sobre outro Maiden, o primeiro, que surgiu
na música. A banda, que também é inglesa, foi formada na década de 60 na cidade
de Basildon, condado de Essex. O som dos caras mesclava o rock psicodélico-
progressivo ao blues e era formado por Barry Skeels no baixo, Steve Drewett nos
vocais, Chris Rose na guitarra e Paul Reynolds na batera.
Eles chegaram a abrir shows
para o Jethro Tull, Fleetwood Mac e King Crimson, entre outros e na época
tocavam com o ridículo nome de “Bum”, mas um tempo depois, no início da década
de 70, ao assinarem com o selo Gemini, tiveram a sábia ideia de mudar para Iron
Maiden. Depois de lançarem o primeiro single – Ned Kelly – e sofrer algumas mudanças
na formação (o batera Paul Reynolds foi substituído por Steve Chapman), a banda
começou a fazer um sucesso significativo, passando a abrir shows do Who e David
Bowie.
Pouco tempo depois, pra azar
do "Maiden", o selo faliu os deixando na mão e a banda não resistiu e encerrou as
atividades, mas já havia deixado um álbum gravado, álbum este que não foi
lançado à época pois as gravações haviam se perdido e somente quase trinta anos
depois, em 1998, Maiden Voyage chegou às
lojas via Audio Archives.
O disco é um rico registro que
contém faixas carregadas do estilo setentista, atreladas ao blues e a
psicodelia. A interpretação intensa de Steve Drewett, com vocal semelhante ao
de Ian Anderson é um grande destaque. Muitos acreditam que o álbum tenha tido uma forte
contribuição no estilo Doom, talvez pela última faixa, a empolgante "God
Of Darkness”, que traz uma letra “assustadora” para a época:
"Ministros
da morte reunidos,
Os
sinos da condenação estão a soar,
O
anjo da morte está a cantar,
Convocando
o Deus negro da escuridão".
Deste único e bem fadado disco
as faixas Liar, Ritual e CC Ryder, merecem atenção especial, pois mostram
arranjos muito bem trabalhados e uma precisão fantástica entre baixo e guitarra. Músicas altamente viajantes,
solos encantadores, instrumental perfeito.
Fica a dica de mais uma boa
banda que infelizmente pode nos presentear apenas com um único álbum, mas que
vale a pena. E como vale!
STEVE DREWETT – vocal, harmônica;
TREV THOMS – guitarra;
BARRY SKEELS – baixo;
PAUL REYNOLDS – bateria;
STEVE CHAPMAN – bateria
(faixas: Ned Kelly e Falling).
Track List:
01. Falling - 6.04
02. Ned Kelly - 3.15
03. Liar - 12.21
04. Ritual - 8.47
05. CC Ryder - 6.12
06. Plague - 8.26
07. Ballad Of Martha Kent -
6.50
08. God Of Darkness - 4.18
Por Rose Gomes
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