Esta resenha foi originalmente postada na minha coluna "Full Metal Jacket", do blog Shogunidades (acessem clicando no nome).
Carlos H. Silva
O metal extremo tem um público grande e fiel e um número tão
grande quanto de bandas que são aguardadas com discos novos ano após ano. Do
mainstream (se é que podemos usar este termo em um gênero como esse) ao
underground, 2014 promete mais uma vez uma chuva de grandes lançamentos em
todos os subgêneros da música extrema.
Ainda estamos em março e com mais 9 meses pela frente
um nome surge como um dos fortes candidatos às já famosas – e a essa altura
clássicas – listas de melhores do ano:
Trata-se de “The Satanist” dos poloneses do
Behemoth.
O trio liderado por Adam ‘Nergal’ Darski (vocal e guitarra),
que é acompanhado por Tomasz ‘Orion’ Wróblewski (baixo e voz) e Zbigniew Robert
‘Inferno’ Prominski (bateria), retorna com um trabalho inédito cerca de cinco
anos após “Evangelion”, de 2009; durante esse tempo a banda foi pega de
guarda baixa com um diagnóstico de leucemia no líder Nergal, que o fez passar
por um forte tratamento até a sua cura, o que serviu de grande inspiração para
a composição deste álbum.
Extremamente bem composto e com uma produção excelente, “The
Satanist” dá uma aula de brutalidade sem precisar se render à clichês
para soar extremo e impactante; já na abertura com ‘Blow Your Trumpets Gabriel’ podemos notar os ótimos timbres dos
instrumentos nessa canção que prima pela morbidez e riffs lentos e instigantes,
culminando em um final rápido e sensacional. ‘Furor Divinus’ tem três minutos de duração e é uma paulada do
início ao fim, destaque para os vocais de Nergal que soam mais fortes que
nunca. A destruição continua com ‘Messe
Noire’, a minha favorita, que começa cadenciada e surge com um crescendo
épico no final, digno de encerramento de show. Ótimo trabalho também do
baterista Inferno – que assim como o baixista Orion, fez um grande trabalho no
álbum todo.
‘Ora Pro Nobis
Lucifer’ é daquelas canções que já nascem clássicas. Não vai demorar para
se tornar mais um dos hinos do Behemoth – se é que já não se tornou. Riffs
insanos, instrumental forte, grooves empolgantes com mudanças de tempo que fazem com que os quase 6 minutos passem muito rapidamente.
Destaco também a faixa-título que tem um quê grande de
Gojira, tanto no vocal como no instrumental, assim como ‘O Father O Satan O Sun!’; a faixa ‘Amen’ é um soco no estômago que vai saciar a parcela de fãs do
metal extremo que gosta das bandas mais velozes do gênero. Restam ainda ‘Ben Sahar’ e ‘In The Abscence ov Light’ neste disco que já nasceu como um dos
melhores trabalhos do Behemoth.
Nota: 9.5
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