Deep Purple: Steve Morse e Don Airey se destacam em "Now What?!"

Por Carlos H. Silva

Quase 8 anos após Rapture of the Deep, e depois de muita especulação sobre lançar ou não um novo disco, o Deep Purple solta o seu Now What?! (2013, via earMusic, produzido por Bob Ezrin).



Apesar de tanto tempo sem um lançamento completo de inéditas, a banda se manteve ativa fazendo inúmeras turnês e também deu tempo de seus músicos participarem de outros projetos.

Esta fase do Deep Purple com o guitarrista Steve Morse (na banda desde 1994) foi sempre marcada pelo virtuosismo, por muitas vezes o som da banda beirava o fusion (na esfera hard rock do termo, claro), diferente do antigo Deep Purple, que era mais feeling e mais blues.

Em Now What?! isso não muda muito, mas temos grandes momentos de inspiração e sentimento, como na bela introdução da primeira faixa, A Simple Song, que é de longe a melhor canção do disco todo.

Depois da intro, entra Ian Gillan cantando lentamente sobre a base e só por este momento já vale a audição. E em seguida a banda entra quebrando tudo, com aqueles solos tradicionais de hammond e um refrão muito bom. De novo: a melhor canção do álbum, de longe.

A partir daí volta aquele tradicional Deep Purple era-Steve Morse: riffs “quadradões” e Don Airey honrando o legado do teclado na banda. Os dois músicos são os grandes destaques individuais. Steve passeou com riffs e solos impecáveis, e Don atacou não só de Hammond, mas deu um show como tecladista e pianista de modo geral.

Se os CDs ainda fossem como os LPs, em que havia um lado A e um lado B, conseguiríamos separar Now What?! da seguinte maneira: no lado A (faixas 1-5) ficaram os hard rocks típicos do Deep Purple, como Weirdstan, Out of Hand e Hell to Pay. No lado B (faixas 6-11) teríamos as mais experimentais como a progressiva Above and Beyond, a jazzística Blood From a Stone, com Steve Morse mostrando muito feeling nos solos e licks, a sensacional Uncommon Man, que tem um teclado carregado de AOR e um riff heróico, e Apres Vous. Uma das faixas divulgadas antes do lançamento foi All the Time in the World, uma balada que tem como ponto positivo justamente o feeling de Steve Morse nos fraseados e no belo solo.

E este Lado B agrada mais, justamente pela experimentação e diferentes sonoridades em algumas faixas.

Vincent Price, a mais pesada, encerra a versão regular do álbum e tem o melhor solo de guitarra de todas as faixas, com uma pegada totalmente blueseira.

Ian Gillan, Ian Paice, Roger Glover, Don Airey e Steve Morse, com a ajuda do produtor Bob Ezrin, de maneira geral acertaram a mão e produziram seu melhor lançamento desde Bananas (2003). Mas depois da faixa de abertura, nada mais superou.



Nota: 7.5

01. A Simple Song
02. Weirdistan
03. Out Of Hand
04. Hell To Pay
05. Body Line
06. Above And Beyond
07. Blood From A Stone
08. Uncommon Man
09. Après Vous
10. All The Time In The World
11. Vincent Price

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