Queensrÿche: versão de Geoff Tate não empolga nem um pouco com "Frequency Unknown"

Por Carlos H. Silva

Desde a separação de Geoff Tate de seus ex-companheiros de Queensrÿche, nós acompanhamos via imprensa as trocas de acusações e disputas pelo nome, até que chegamos ao estágio atual: tanto Geoff quanto o restante da banda, do outro lado, estão usando o nome Queensrÿche.

A partir de então os fãs estão na expectativa para ouvir quem vai se sair melhor; há algumas semanas, ambas as “versões” da banda soltaram singles e, de longe, a versão com os antigos membros se saiu melhor.

E agora, após ouvir Frequency Unknown (2013, via Deadline), já dá para quase ter certeza que o Queensrÿche comandado por Michael Wilton, Eddie Jackson e Soctt Rockenfield terá vantagem nesta rivalidade.



Frequency Unknown é chato, cansativo e dá sono antes de terminar a terceira canção. Nem o vocal de Geoff Tate, que sempre foi um diferencial, consegue prender o ouvinte aqui.

Os fãs do Queensryche costumavam criticar bastante os discos da banda lançados após Empire (1990), mas qualquer um deles é bastante superior a este lançamento da versão Geoff Tate.

As canções parecem emboladas em um monte de riffs, bases e vocalizações que foram juntas pela produção apenas pela pressa de colocar um disco no mercado. 

Nada parece ter sido produzido e lapidado por uma produção completa, cargo que ficou nas mãos de Jason Slater.

Particularmente, não consigo destacar nenhuma faixa sequer sem forçar uma boa vontade. Todas são igualmente ruins. Forçando uma boa vontade, diria que Life Without You dá pra ouvir até o final mais de uma vez.

Mas a grande pisada de bola dos caras foi ter regravado quatro clássicos, I Don’t Believe In Love, Empire, Jet City Woman e Silent Lucidity, em versões que soam como o resto do álbum: feitas às coxas e mal produzidas.

As participações especiais de nomes como K.K. Downing, Brad Gillis, Chris Poland ou Paul Bostaph, bem como ter montado um "dream team" como banda de apoio, com músicos como Rudy Sarzo e Simon Wright, também não conseguiram salvar este mediano lançamento.

E, veja bem, a crítica aqui não é pelo estilo que Geoff impôs ao seu Queensrÿche, que é uma continuação do que vinha fazendo com a ex-banda, um som mais moderno, mais rock básico e hard rock, e sim ao fato de tudo parecer mal feito, mal escrito, mal produzido, mal gravado e não ter nada empolgante.

Geoff Tate saiu perdendo antes mesmo “da outra versão” lançar seu disco.

Ah! Parece que ao menos um pouco de semancol Geoff tem: dias atrás ele anunciou que enviaria cópias gratuitas do novo álbum para fãs que não gostaram da mixagem, justamente porque ele foi lançado com mais pressa e menos cuidado.

Precisa não só de uma nova mixagem, Geoff.

Nota: 2.0


01. Cold
02. Dare
03. Give It to You
04. Slave
05. In the Hands of God
06. Running Backwards
07. Life Without You
08. Everything
09. Fall
10. The Weight of the World
11. I Don't Believe in Love 
12. Empire 
13. Jet City Woman
14. Silent Lucidity

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