Queensrÿche: na frequê... opa, no caminho certo!

Carlos H. Silva

Quando uma banda perde uma de suas marcas registradas, há sempre duas opções: achar outra que seja parecida ou partir do zero com algo completamente diferente. O Queensrÿche optou pela primeira opção.

O novo vocalista, Todd La Torre, que substituiu o já lendário – e problemático – Geoff Tate, saiu-se muito bem no novo e autointitulado disco da banda; porém, seguiu a mesma linha de Tate nos timbres e abordagens das canções.

Vale lembrar que tanto o ex-vocalista quanto a banda estão usando o nome Queensrÿche, então não confundir este lançamento com o feito pelo Queensrÿche de Geoff Tate no mês passado, cuja resenha você pode ler clicando aqui.

Queensrÿche (via Century Media, produzido por James Barton) chega para mostrar como Michael Wilton (guitarra), Eddie Jackson (baixo) e Scott Rockenfield (bateria) – junto com Parken Lundgren (guitarra) – vêem a banda sem Geoff.



O resultado é uma tentativa de voltar ao metal progressivo do passado, que em certos momentos chega a ser empolgante. O grande destaque é o baterista que imprime uma pegada tribal em todo o álbum, com viradas e batidas certeiras que em certos momentos você até pensa: “Igor Cavalera faria a mesma coisa aqui”. As ótimas Where Dreams Go To Die e Spore mostram bem isso, assim como a similaridade do novo com o velho vocalista.

In This Light carrega um pouco daquele clima dramático que a banda tem junto com o som trabalhado da banda – e Rockenfield continua destruindo. Redemption foi a primeira faixa divulgada e foi bem escolhida, mostra exatamente o que a fase atual da banda é: pesada, progressiva, distante daquele rock mais básico dos últimos discos e com um novo vocalista que emula o anterior. Grande canção.


As rápidas e pesadas Vindication (grande trabalho instrumental!) e Don’t Look Back tem tudo para animar os fãs mais “metal” do Queensrÿche, enquanto Open Road e A World Without fazem mais aquela linha balada progressiva.


Queensrÿche não é nenhuma obra de arte, mas com certeza, sem fazer citações diretas, fica em uma freqüência mais conhecida e agradável do que outras desconhecidas que ouvimos por aí recentemente. Um disco regular, agradável de ouvir e capaz de mostrar que a atual formação da banda pode render bem mais no futuro com esse retorno às origens mais pesadas e progressivas.

E que performance do baterista Scott Rockenfield, que não só destruiu nas baquetas como é autor ou co-autor da maioria das faixas aqui presentes.

Nota: 7.5


01.X 2 
02.Where Dreams Go To Die 
03.Spore 
04.In This Light 
05.Redemption 
06.Vindication 
07.Midnight Lullaby 
08.A World Without 
09.Don't Look Back 
10.Fallout 
11.Open Road

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