5 álbuns definitivos na carreira de Richie Kotzen

Richie Kotzen (ex-Mr. Big, Poison) voltou ao Brasil recentemente com o novo projeto de qual faz parte, o sensacional The Winery Dogs, junto de Mike Portnoy e Billy Sheehan, para divulgar o debut do trio – e nada melhor como repassar um pouco a carreira desse grande músico em um post especial aqui no TRMB.

Separei 5 discos da carreira do cara – não importa se solo ou como membro de alguma banda – como uma indicação para conhecer melhor o talento do guitarrista. A ordem numérica é apenas uma questão de listagem, e não vai do melhor para o "menos melhor" e nem vice-versa. 

Por Carlos H. Silva

#1 – Mother Head’s Family Reunion (1994)

Mother Head’s é o primeiro trabalho do guitarrista após a complicada saída do Poison – apenas para ilustrar, o baterista Rikki Rockett descobriu que Kotzen estava tendo um caso com sua noiva – e é também o primeiro por uma grande gravadora, a Geffen, e é onde mostra de uma forma mais clara suas influências da música negra, como soul e blues.



 O disco é recheado com um swing e alto astral de primeira linha, como na animada Socialite e na faixa-título, que lembra um pouco do Deep Purple fase Coverdale, naquela época mais soul e funk. O músico paga tributo à galera da Motown coverizando Reach Out I’ll Be There, do The Four Tops, com ótimos vocais de apoio feitos por Tommy Funderbunk, Timothy B. Schmit e T.F.

A singela Where Did Our Love Go é outro destaque, com um riff limpo e um solo cheio de classe. Natural Thing, A Love Divine e Testify mostram bem a união do hard rock com as influências funk e soul, enquanto o final do álbum com Livin’ Easy e Cover Me tem Richie detonando no blues.

Excelente registro.


#2 – Get Up (2004)

Assim como o álbum anterior, também foi lançado um tempo depois de Richie sair de uma grande banda de Hard rock – dessa vez foi o Mr. Big, que acabou em 2002.


O primeiro disco pós-Mr. Big foi Change (2003), mas com Get Up o músico se superou e lançou um petardo do hard rock. Tendo produzido o álbum e gravado todos os instrumentos, o norte-americano demonstra toda sua destreza em pancadas como Losin My Mind e Fantasy e mostra seu feeling em canções como Remember.



O foco aqui é para quem gosta do hard rock setentista, com um toque blueseiro e funkeiro, como bem representado na faixa So Cold, onde Kotzen mistura os gêneros de forma genial.

Consistente do início ao fim, Get Up é uma prova da capacidade do guitarrista em se renovar – e ao mesmo tempo prestar um tributo às suas raízes.






#3 – Native Tongue (1993, com o Poison)

A entrada de um músico como Kotzen no Poison foi de um bem enorme e a banda acabou lançando seu melhor trabalho. De cara notamos a maior influência de tons de blues, corais, em suma, uma influência maior da música negra norte-americana, algo que sempre norteou sua carreira. Stay Alive, bela canção, é uma das que representam isso.


O maior hit do disco – e um dos maiores do grupo – é Stand, outra com grandes corais e melodias de uma beleza indiscutível - e com um solo memorável.


Blind Faith é sensacional, refrão radiofônico e os riffs passeando por toda a canção.  The Scream é uma das mais pesadas do disco, junto com Strike Up the Band, enquanto Theatre of the Soul e Until You Suffer Some (Fire and Ice) tem belas passagens acústicas e Bring it Home e Ain’t That The Truth tem ótimas passagens funkeadas. Um tema acústico instrumental nomeada Richie’s Acoustic Thang ainda faz parte do álbum, mostrando o talento do guitarrista no violão.



#4 – Actual Size (2001, com o Mr. Big)

Em seu Segundo album como guitarrista do Mr. Big, Richie se impôs na banda e chamou seu amigo Richie Zito (que também produziu Mother Head’s... e Native tongue, do Poison) para produzir o disco e de quebra escreveu algumas faixas do disco em parceria com o produtor.

Esse é o Caso de Shine, canção que alcançou o primeiro posto nas paradas japonesas e -  assim como Stand, do Poison – o músico faz questão de apresentar em seus shows solo ou com o The Winery Dogs. Vale lembrar que o baixista aqui também é Billy Sheehan, atual companheiro de Kotzen nos Dogs.



Lost in America e Wake Up funcionam bem como abertura do trabalho, pois são animadas e contagiantes, e o trabalho de guitarra é impecável. A primeira tem um refrão emocionante com a interpretação do vocalista Eric Martin. Arrow é uma bela balada, e faixas como Mary Goes 'Round mostram bem a veia "kotzen" dessa fase do Mr. Big.

I Don’t Want to be Happy é mais uma das que evidenciam o fantástico feeling blueseiro do cara, enquanto Crawl Over Me mostra o lado “rockão” da banda. Suffocation tem uma levada funkeada de empolgar qualquer um e é o guitarrista quem assume os vocais.

Infelizmente logo após a turnê deste disco, devido a problemas internos, o Mr. Big chegou ao fim - retornando anos depois com a formação clássica, contando com Paul Gilbert na guitarra.


#5 – The Winery Dogs (2013, com o The Winery Dogs)

Não há muito segredo do que podem fazer músicos como Richie, Mike Portnoy e Billy Sheehan – e quando foi anunciado um projeto que juntaria os três, duvido muito que alguém duvidasse que sairia algo de alta qualidade.

A veia do disco é o hard rock com o som distorcido e pesado do baixo de Sheehan, as famosas viradas e sincopadas de Portnoy e a pegada sem palheta de Kotzen – que as abandonou há alguns anos.

Canções como Elevate, Desire, We Are One e a super balada I’m No Angel (com um riff emocionante que lembra Bad Penny, de Rory Gallagher) já nasceram para ser hits.

Apesar de ter uma voz parecida com Chris Cornell, lenda do grunge, Kotzen também emula bem David Coverdale como na hard Criminal e na emocionante Regret. Six Feet Deeper é uma pancada onde todos da banda dão um show, com destaque para Mike Portnoy. The Other Side é outra que poderia facilmente tocar nas rádios do mundo todo.




The Winery Dogs já nasceu como um grupo clássico do rock/hard rock e assim como os outros quatro citados aqui, é um ótimo exemplo do que um músico como Richie Kotzen pode fazer - e ainda por cima bem acompanhado, fica difícil não colocar esse álbum na lista dos melhores dos melhores.






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