Alice in Chains: "Devil" confirma relevância da banda

Carlos H. Silva


O Alice in Chains foi e é uma das poucas bandas que conseguiu respeito de diversos públicos do rock: dos fãs de metal aos fãs de pop-rock, dos fãs de punk aos alternativos dos anos 90, quase todos gostam do som da banda, e os que não gostam sempre souberam respeitar.


Estando, na visão deste redator que vos escreve, alguns níveis acima dos seus companheiros da geração - ou cena - grunge, o AIC soube muito bem caracterizar a sua instigante música e torná-la única naquele cenário. Com riffs pesados e "gordos" e aquele clima sombrio e lento, que só pode vir de uma influência sabbáthica, a banda é instantaneamente reconhecida em poucos segundos, seja qual for o disco ou a época.





E não é diferente com o novo trabalho, The Devil Put Dinosaurs Here (2013). O clima arrastado (quem quer coisa rápida e "up", não deve passar por AIC, nem neste nem em qualquer outro disco), melancólico, pesado e bruto está aqui. Após o excelente Black Gives Way to Blue (2009), a tarefa não era das mais simples; afinal, a missão de uma banda deve ser sempre superar o mais recente álbum - e aquele foi muito bom, além de ter sido o debut da atual formação. Mas eles chegaram perto.


Stone e Hollow, que foram as primeiras faixas divulgadas, não foram escolhidas à toa, pois são, de longe, as melhores do disco. Com destaque para a levada raivosa da primeira e seu belo solo de guitarra.




O novo (agora já velho) vocalista, William DuVall, está bastante à vontade com a banda e parece não se incomodar com as eternas comparações com o antigo vocalista, Layne Staley, falecido há mais de dez anos. Sean Kinney (baterista, um monstro) e Mike Inez (baixista) dispensam comentários, enquanto o chefão Jerry Cantrell (guitarrista e backing vocal) é sempre brilhante. Prova disso é a ótima Lab Monkey, onde os quatro dão um show à parte.


Low Ceiling, que também possui um ótimo solo, Pretty Done, ótima e que deveria ser executada ao vivo (a banda tem tocado somente os dois singles ao vivo) e Breath on a Window, com ótimos riffs, são outros destaques do lançamento. E o que dizer do riff TonyIommiano da fantástica Phantom Limb, com seus mais de sete minutos de duração? Um petardo.


Produzido pelo grande Nick Raskulinecz, The Devil Put Dinosaurs Here não faz feio na discografia da banda; pode não superar o disco anterior, mas isso não significa necessariamente algo ruim. The Devil Put Dinosaurs Here é, acima de qualquer coisa, uma prova de como o AIC continua relevante.

E para você que ficou curioso com o título do álbum, no TRMB você pode ler o motivo clicando aqui.

Nota: 7.0


01. Hollow
02. Pretty Done
03. Stone
04. Voices
05. The Devil Put Dinosaurs Here
06. Lab Monkey
07. Low Ceiling
08. Breath On a Window
09. Scalpel
10. Phantom Limb
11. Hung On a Hook
12. Choke

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