Carcass: triunfal retorno em estúdio com "Surgical Steel"

Poucas bandas conseguem lançar um disco de canções inéditas após um longo período e empolgar tanto como fez o Carcass com Surgical Steel (via Nuclear Blast, produzido por Colin Richardson).

Sem lançar álbum de estúdio desde 1996, com Swansong, os ingleses finalmente decidiram voltar a ativa no mercado de discos e acertaram a mão em cheio. É para ouvir com um sorriso no rosto da primeira à última faixa, tamanha a qualidade do material que a banda apresentou.



E isso já começa na primeira composição, a intro 1985, que na verdade são belos riffs de guitarra old school, bem anos 80, seria uma faixa que poderia facilmente ter sido composta por K.K. Downing e Glen Tipton. E é uma bela melodia! Parece até um aviso: ouçam esta bela melodia, porque daqui em diante será só desgraceira!

E o aviso é cumprido, na sequência já vem a quase hardcore Thrasher’s Abattoir, que tem menos de dois minutos de duração e é uma pancada.
O trabalho de guitarras em Surgical Steel (em todos os quesitos: riffs, solos, execução, som, timbre, produção, etc) é sensacional. Bill Steer gravou todas as guitarras e é o meu destaque do álbum todo, principalmente mostrando que Michael Amott (seu ex-parceiro de banda, que deixou a banda para focar em suas outras bandas) não fez falta no resultado final.

Bill é acompanhado pelo também lendário Jeff Walker (vocal e baixo) e pelo novo membro Dan Wilding (bateria). De maneira geral, o Carcass seguiu a sonoridade que apresentou em Necroticism (1991) e Heartwork (1993), o death metal e o death metal melódico.

Ao vivo algumas das canções tendem a ser grandes destaques, por exemplo a faixa Noncompliance to ASTM F899-12 Standard, que possui grandes duetos de guitarra (o guitarrista Ben Ash será o segundo guitarrista da banda ao vivo), uma levada empolgante e um groove lindo no final.

As guitarras “gêmeas” aparecem diversas vezes ao decorrer do trabalho e The Granulating Dark Satanic Mills é quase um “Thin Lizzy death metal”, ótima canção! Empolgante! A faixa mais longa – e última – é Mount of Execution, que tem uma levada bem heavy metal tradicional – se em 1985 você consegue imaginar K.K Downing e Glen Tipton tocando, aqui você consegue ouvir Adrian Smith e Dave Murray nas estrofes – e é um grane encerramento com um refrão forte e pesado, até a canção encerrar no groove em fade out.

É difícil não destacar todas as faixas do disco. O Carcass lançou um trabalho que vai direto à briga pelo topo dos melhores lançados este ano. Canções como Cadaver Pouch Conveyor System, A Congelead Clot of Blood e Captive Bolt Pistol (a primeira a ser liberada para os fãs) estão aí para provar isso.

O gigantesco Carcass finalmente voltou. E voltou em grande estilo, pronto para abrir sua cabeça e despedaçá-la em mil pedaços durante os 47 minutos desse álbum que marca não só 2013, mas o próprio gênero do death metal melódico em si.



E tem mais: a banda gravou quatro canções que ficaram de fora durante o processo de gravação do álbum, sendo elas A Wraith in the Apparatus, Intensive Battery Brooding, Zochrot e Livestock Marketplace. Mais coisa boa está para vir por aí.

Carlos H. Silva

Nota: 9.5



1. 1985
2. The Master Butcher's Apron
3. The Granulating Dark Satanic Mills
4. A Congealed Clot Of Blood
5. A Wraith In The Apparatus
6. 316l Grade Surgical Steel
7. Cadaver Pouch Conveyor System
8. Captive Bolt Pistol
9. Intensive Battery Brooding
10. None Compliance To Astm F899-12 Standard
11. Mount Of Execution

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