Kyuss ainda vive em nossos corações de pedra.

Para começar a coluna de hoje gostaria de ser sincero e dizer que enquanto a escrevia ouvia Arctic Monkeys ((glup)). Sim, eu sei que posso ser considerado um herege blasfemador, mas tenho minhas justificativas. Os colunistas que trabalham nesse blog, muito bons diga-se de passagem, escrevem sobre música em geral, é MUSICA! E eu estava ouvindo a nova dos macacos, cujo o qual você pode ler aqui, e lembrei, "por que não ouvir aquela beleza que foi o Hambug?" afinal de contas ele é um excelente trabalho e para quem não sabe nosso querido e malvado Josh Homme produziu-os nesse álbum em meio ao seu deserto particular trazendo uma soturnidade ímpar àqueles macaquinhos que em outrora cantavam feito bestas desvairadas.
PS. Eu gosto da Cornerstone.

MUITO BOA QUINTA JOVENS E EX-JOVENS!
Começará a partir daqui mais uma caverna de John (aplausos).
Hoje iremos conversar sobre culinária... não, melhor... para variar um pouco vamos falar de STONERRRRRRRR!
O tema que será abordado creio que até demorei demais para fazer uma coluna sobre, afinal em quase todos os posts o citei como referência/influência, que participou, que é isso e aquilo, mas não havia ainda dado espaço para brilhar por holofotes próprios. Essa banda de hoje me veio a ideia - vão ver que o que eu disse lá em cima é plausível - por conta de outra banda, e aí você me pergunta: "Mas que banda é essa tão influenciadora tio John?" e eu respondo com todo o prazer, ARCTIC MONKEYS. "Oh! Mas como assim?" Sim Arctic Monkeys, se estão pensando que o som que eles fazem não tem nada a ver com Stoner, estão muito certos, pois não tem nada mesmo, porém eu comecei a ouvir o Hambug e lembrei que o Josh Homme o produziu, e lembrei que deveria fazer uma coluna falando do novo do QOTSA o ...Like a clockwork e lembrei que já fiz uma deles, mas que priorizava o disco de 2002 Songs for the deaf e que antes desse disco eles tiveram dois outros em que um deles continha uma canção chamada If Only e que essa música inicialmente foi lançada num split-album do QOTSA com o KYUSS, anteriormente chamada de If only everything e que o Kyuss foi a primeira banda em que Josh Homme participou como guitarrista e que KYUSS É FODA! E ainda não falei nada sobre eles aqui. Entenderam? 


Pois bem, a banda Kyuss é um pouco difícil de apresentar, porque por lá teve tanta gente que até o nome já teve que mudar, hoje em dia carinhosamente chama-se Kyuss Lives, más línguas dizem que por questões judiciais esse é o nome atualmente. Vou citar aqui a formação do primeiro disco dos californianos, já que é dele que vamos falar:  John Garcia (Vocal e por sinal até hoje está na banda depois de muitas idas e vindas), Josh Homme (Guitarra), Nick Oliveri (Baixo, o mesmo de Garcia) e Brant Bjork (Bateria, o mesmo de Nick). Notadamente algumas figurinhas carimbadas da história do Stoner saíram daí. Apenas Josh não participa da nova empreitada com o hoje chamado Kyuss Lives, que até tocou no Brasil em 2012 junto do Red Fang no festival Porão do Rock e infelizmente não pude ver... Enfim, não sejamos viúvas que choram a vida toda, hoje o assunto é Wretch de 1991.



Para mim ele é uma das obras primas mais alucinantes que já tive o prazer de conhecer, simplesmente pesado ao extremo com faixas arrebatadoras que qualquer um, mesmo não conhecedor do gênero, mas que curta um bom Rock se rende a extremidade do som. John com sua voz peculiaríssima, Josh segurando bem nos riffões característicos de qualquer Sabbathiano, Nick seguindo sua linha no baixo as vezes intercalando com passagens mais aceleradas e Bjork com toda aquela agressividade que se precisa ter.
Esse álbum foi o escolhido, porque foi o primeiro da banda e o primeiro que ouvi dos caras assim que ouvi falar deles.
Vamos começar pelo começo então. Para se ter uma prévia do que a banda estava disposta a ser já vale a pena começar ouvindo a primeira faixa Beginning of what's about to happen. 



Ela parece não ter essa coisa de uma "introduçãozinha" para depois começar de verdade, ela já começa arregaçando tudo e quando eu a escuto me imagino no meio de uma pancadaria generalizada de um vulgarmente chamado bate-cabeça.
Em seguida temos Love has passed me by que é muito interessante, mas eu a vejo muito mais como tapete vermelho que forra uma das mais impactantes do álbum, muito pela sonoridade mais soturna e pesada lembrando bandas como Corrosion of Conformity, Orange Goblin, Eyehategod e et cetera, que fazem (iam) em algumas faixas uma pegada meio Stoner/Sludge/Doom. Essa canção é um nome que estamos muito habituados a falar em nosso idioma, trata-se de Son of a bitch. Vamos ouvir as duas e aí você tira sua conclusão se realmente o que eu disse faz sentido. 



 
                                        Love has passed me by


                                                Son of a bitch

Black Window vem na sequência e como no caso anterior eu a vejo como uma grande anfitriã, quiçá uma grande recepcionista das próximas quatro atrações, isso mesmo espantado leitor QUATRO! Os caras são incríveis, claro que hoje nem tanto quanto antes, e no meu ponto de vista igual ou melhor que esse álbum não houve, pois quando se fala de Stoner, de fato, não há exagero nenhum em dizer que eles é quem fundamentaram o gênero. As quatro faixas que menciono são: Katzenjammer (que apesar do estranhíssimo nome para nós e também para uma banda americana é, "etmolóligcamente" falando, alemã e tem entre seus significados o de ressaca, que acho ser o mais apropriado quando o assunto são bandas de Rock.); Deadly Kiss, essa que segue o mesmo estilo anterior e também da primeira citada, ou seja, não tem frescura, é paulada do início ao fim; The Law, para mim a melhor da banda, já que entra com um riff muito louco que se repete, mas por ser tão diferente não parece estar sendo repetido e com a ressalva de que quem ouve, tendo conhecimento do que Josh Homme faz hoje em sua banda, nunca diria que ele é o guitarrista a fazer aquilo; e Isolation, também "temivel e impressionante" encerrando assim o quarteto fantástico desse LP.
(Para não ter que ouvir de uma a uma, no fim colocarei a janela com o álbum completo, aguardem!)

I'm not inicia numa veia um pouco diferenciada das anteriores e como já disse anteriormente, John Garcia é realmente um cara ímpar no jeito de cantar, sua singularidade em cada música torna um disco de onze faixas como uma excelente coletânea, embora eu não goste muito delas há de se dar o braço a torcer pois elas recolhem aquilo que as bandas têm de melhor.
E por fim Big bikes e Stage III, falo das duas na mesma ideia, porque a primeira tem o seu valor, contudo interage em gênero, número e grau com a que vem em sequência, pois é um instrumental onde há uma conversa direta com a sonoridade de sua antecessora. 



Aqui poderá soltar o play no álbum completo para ver que não estou mentindo em nenhuma das afirmações acima.

Observações:

⦁    A banda Kyuss, devido a seus muitos inícios e fins, proporcionou ao mundo do Stoner muitas outras que são tão importantes e influentes como ela. Desde a mais popular do meio a aclamadíssima Queens of the Stone Age, a nem tão famosa Mondo Generator (tem Nick Oliveri como band leader) e as nada famosas Hermano, Slo Burn e uma bem recente chamada Monkey3, que é bem diferente dessas (bandas de John Garcia) e Che (banda de Brant Bjork que teve apenas um álbum lançado, mas que ainda vive nas apresentações solo do baterista, nessa banda sendo o Guitarra/vocal de um power trio).


⦁    A faixa Katzenjammer fora o nome de batismo da banda, contudo após a saida de Chris Cockrell o até então baixista o nome foi alterado para Kyuss. O ex-baixista participou apenas de um EP lançado em 1990 conhecido como Sons of Kyuss, daí o nome.


⦁    O nome Kyuss deu-se devido a um jogo de RPG chamado Dungeons & Dragons, do qual não tenho conhecimento em nada já que não entendo nada de video-games, e que nesse jogo havia uma criatura conhecida como Son of Kyuss, algo parecido com uma múmia cheia de vermes e que, obviamente, é filho de um tal de Kyuss, um semideus dessa cultura. Algo bastante NERD eu diria.


E com isso terminamos o papo de hoje. As fontes estão por aí é só procurar que vão confirmar tudo o que está escrito.


Até mais!

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