5 motivos para você achar o Rammstein polêmico



Por Rose Gomes


Formada em 1994 a banda alemã composta por Till Lindemann nos vocais, Richard Z. Kruspe e Paul H. Landers  nas  guitarras e backing vocals, Oliver “Ollie” Riedel no baixo, Christian “Flake” Lorenz  nos teclados  e  Christoph “Doom” Schneider  na batera e percussão eletrônica  é uma das  mais peculiares em atividade. O som, de uma qualidade indiscutível  é uma mistura do metal industrial com o “tanz” metal (dance metal em inglês). É uma espécie de heavy metal com sintetizadores, digamos assim.
E se você não conhece a banda e muito menos sua trajetória, dá uma olhada na listinha dessa semana que mostra 5 bons motivos que fazem do Rammstein uma das bandas mais polêmicas da música.
#1.  Clipes  Escandalosos
Nada de historinhas melosas de amor ou apenas performances no palco. Os clipes do Rammstein são regados a bizarrices e cenas altamente censuráveis, caso dos vídeos de “Sonne” onde a Branca de Neve é chegada num pozinho mágico ou “Rosenrot”que conta a história de um padre que se envolve com uma menor de idade e assassina seus pais a pedido dela . Mas sem dúvida o mais polêmico e escandaloso de todos é o vídeo de “Pussy”, que pelo nome você já deva ter adivinhado o teor né? Sim, os caras tiveram a pachorra de fazer um vídeo 100% pornô com direito a closes ginecológicos e tudo o mais que você só vê nos filmes da brasileirinhas, risos.


#2.  Encenações no palco
O vocalista Till Lindermann costuma dizer que prefere dar algo a mais nas apresentações da banda, coisa que o público não teria se apenas ouvisse os CDs em casa e é disso que os fãs do Rammstein gostam: performances com fogos de artifício, explosões, pirotecnias, manobras com maçaricos e figurino inusitado, tudo feito com extrema perfeição, o que torna o show da banda um grande espetáculo e faz valer a máxima repetida pela maioria dos fãs do grupo: “Outras bandas tocam, o Rammstein queima!” Mas  em se tratando de Rammstein esta é a parte mais  “leve” das apresentações, pois  a polêmica fica mesmo por conta das performances da  música “Bück Dich” em que há uma simulação de sodomia entre Linderamnn e Flake, (até pensei em colocar o vídeo aqui, mas achei forte demais, risos) e dela, mais uma vez  “Pussy”, em que Till “ejacula com seu pênis gigante” na plateia (momento “memorável” testemunhado por mim no show de 2010). Tais performances  resultaram na proibição dos shows da banda em alguns lugares como nas cidades de Moscou e Minsk , na Rússia e Bielorrússia, respectivamente.
Performance de Bück Dich.






Ich Tu Dir Weh  apresenta um clipe cheio de efeitos e de uma obscuridade intensa. A luz que sai da boca do  vocalista não foi um efeito de computação. Till furou a bochecha para introduzir os fios de led que fazem sua boca brilhar. O mesmo ele faz nas performances ao vivo da música. Os caras da banda acreditam que como se trata de uma música que fala sobre dor (sadomasoquismo), Till quis se entregar de corpo e alma à performance.

Repare no furo da bochecha de Till por onde os fios de led foram introduzidos.
O músico também costuma se apresentar assim nos shows…





#3. Letras das músicas
Como não poderia deixar de ser diferente, as letras do Rammstein possuem um teor altamente bizarro que mistura o sinistro com o humor  fazendo uma certa sátira sobre sexo (é claro) em todas as suas definições, além de falarem sobre amores peculiares e suas obsessões. Canibalismo, sadomasoquismo, homossexualismo, incesto, necrofilia, abuso sexual;  tudo  escrito de maneira dúbia, ou seja dando dupla interpretação  à “poesia” que podemos interpretar de diferentes maneiras.
Em “Ich Tu Dir Weh” por exemplo, Till canta sobre  o sexo sadomasoquista, o que custou à banda a proibição de tocá-la em certos shows.
Bei dir habe ich die wahl der qual
Stacheldraht im harnkanal
Leg dein fleisch in salz und eiter
Erst stirbst du doch dann lebst du weiter
Com você, eu tenho que escolher o tormento
Arame farpado no canal urinário
Colocar sua carne no sal e no espeto
Não até que morra, mas por enquanto você ainda vive

Já em “Pussy” cantada em inglês, a letra irreverente vai direto ao ponto:
 You’ve got a pussy,
I have a dick,
So what’s the problem?
Let’s do it quick!
Você tem uma b*****
Eu tenho um p**,
Então, qual é o problema?
Vamos fazer isso rápido!
“Mein Teil” conta a história do canibal Armin Meiwes (O Canibal de Rotenburg), que foi acusado de matar e comer uma vítima voluntária que ele havia encontrado através da Internet:
Heute treff’ ich einen Herrn
Der hat mich zum Fressen gern
Weiche Teile und auch harte
Stehen auf der Speisekarte
Hoje eu encontrarei um homem
Que me devoraria com prazer
há partes duras e também partes macias
que estão no cardápio

#4.  As declarações dos integrantes
Além de toda a polêmica com letras, clipes e shows, os integrantes da banda também fazem questão de expor seus pontos de vista sem a menor preocupação de chocar. O guitarrista Paul Landers é o melhor exemplo disso:
“Gostamos de estar no limite do mau gosto.”   (Paul Landers, guitarrista – The Times, Janeiro de 2005)
“Gostamos das nossas músicas, mas não o suficiente para entender por que tanta gente vêm nos ver nos shows. Às vezes a gente não entende mesmo.” (Paul Landers, guitarrista , em entrevista à MTV Brasil, 2010)
 “Nossas letras são sempre negras e sinto que temos esses elementos sombrios em nós como pessoas, por isso é o que sai naturalmente.” (Richard  Kruspe, guitarrista – Universal, 2009)
“Eu não vou dar nomes, mas uma banda inglesa da qual nós [RAMMSTEIN] somos amigos tem dois integrantes que são gays. Nós fizemos uma aposta e se eu perdesse teria que levar os dois para sair em Berlim uma noite e visitar todos os clubes gays da minha vizinhança. É claro, eu perdi a aposta, como sempre acontece. Quando nós saímos, eu pensei: ‘Nossa! Está acontecendo rápido!’ Um olhar e os dois já sabiam exatamente o que fazer. Eu fiquei com inveja. Eu adoraria poder chegar para uma mulher desconhecida e dizer: ‘Oi, você é quente. Quer ir pra minha casa comigo?”   (Till Lindemann, vocalista – Revista Close-Up, 2005)
Que banda será essa hein? Risos.
“Um suicídio ao vivo.”  (Till Lindemann, vocalista,  em depoimento para o documentário ShockRock, quando perguntado o  que é necessário fazer hoje em dia em um show  para que o público  fique realmente chocado)

#5. Fatos bizarros envolvendo a banda
Numa banda onde seus integrantes fazem questão de usar de irreverência e contar através de suas letras realidades às vezes tão cruéis, fatos bizarros acabam por fazer parte de seu cotidiano. Me diga que  outra banda poderia ser processada por um canibal a não ser o Rammstein? Pois é, como já visto no  item 3 da nossa lista, “Mein Teil” tem a letra inspirada na história do canibal alemão Armin Meiwes. Pois é, o tal canibal processou a banda, ganhou a causa e arrancou US$ 5,5 milhões dos cofres dos caras! Além disso, eles já sofreram inúmeras acusações em seu próprio país, Alemanha, que acreditaram que os músicos teriam afinidade com o regime fascista, devido à imagem obscura e militarista que a banda passava em alguns de seus clipes, como no caso do vídeo de “Stripped”. Isso sem contar que em 1995, quando a banda lançou o álbum “Herzeleid”, a crítica alemã os acusou  de representarem a raça ariana pois a capa do disco trazia os caras sem camisa na frente de um girassol, como se eles fossem uma espécie de “garotos propagandas da raça ariana”, o que acabou custando a censura da capa em diversos países. Tempos depois veio o massacre de Columbine, nos EUA, onde dois estudantes adolescentes mataram vários colegas e professores. Sobre quem caiu a culpa? Sim, no Rammstein! Que foram acusados (juntamente com Marilyn Manson) de terem influenciado os garotos, pois no quarto dos assassinos foram encontrados diversos discos, pôsteres e camisetas da banda. Um absurdo né? Na época o Rammstein soltou um comunicado lamentando a tragédia:
“Os membros do Rammstein expressam as suas condolências e sentimentos a todos que foram  afetados pelos recentes eventos em Denver. Desejam também deixar bem claro que não têm qualquer conteúdo lírico ou crenças políticas que possam ter influenciado tal comportamento. Adicionalmente, os membros dos Rammstein têm também os seus próprios filhos, a quem eles continuamente incutem valores saudáveis e pacíficos.”
Esses foram só alguns fatos dentro de muitos outros que aconteceram à banda  que certamente manterá seu estilo debochado, abusado e autêntico, o que provavelmente ocasionará muito mais “causos” no futuro.

“Outras bandas tocam, o Rammstein queima!”


Postado originalmente em Cadê Meu Whiskey.

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