Rock brasileiro dos anos 80: equipe lista melhores álbuns

É sexta-feira, dia da lista semanal feita pela equipe do blog! 
Nesta semana decidimos que o rock feito no Brasil durante os anos 80 seria a "vítima" das nossas miscelâneas de pensamentos.
Como nunca é demais lembrar: lista é baseada em gosto pessoal sempre!

Vamos ao TOP 5 dos discos de rock nacional lançados nos anos 80 (incluindo o próprio ano 1980) e logo abaixo você verá também os 10 que disputaram o lugar entre os primeiros.


Foto: http://rocknorio80.blogspot.com.br/2013/02/blog-post_25.html




---> Rock Nacional anos 80

#5 - "Abre-te Sésamo", Raul Seixas (1980)


 Sem sombra de dúvidas esse é o que eu mais gosto dele, isso por ter um valor muito nostálgico, pois quando eu tinha uns 9 ou 10 anos meu pai o comprou e me deu de presente de aniversário - embora eu tenha dito que comecei tarde a gostar de música, meu pai sempre me influenciou a ouvir Raul desde criança - e todos os dias nós ouvíamos o Rock das Aranha e eu ria muito, mesmo sem entender do que, de fato, estava falando. Contudo, esse é o melhor não somente por isso (claro), mas porque contém duas das canções mais lindas da história da humanidade, que são O Conto do Sábio Chinês e À Beira do Pantanal, é de se arrepiar ao ouvi-las. Sem contar o grande hit regravado por Deus e o mundo que é Aluga-se. (João C. Martins)


#4 - "Maior Abandonado" - Barão Vermelho (1984)



Este disco tem uma história bem legal do porquê de eu gostar dele, mas antes só deixar claro que não é por conta de Bete Balanço, diga-se de passagem uma grande canção, mas não é por ela tampouco por Por Que a Gente é Assim?, outro summer hit dos caras que também não é a que fez eu gastar esses caracteres. A faixa que mais me agrada é uma que nem mesmo esteve nesse disco, foi excluída sabe-se lá o motivo. A música da qual me refiro é Eu Queria Ter Uma Bomba, que só conheci por intermédio de um cover excelente feito pela banda Cartel Inc. As que citei são as recomendações é claro. (João C. Martins)


#3 - "O Passo do Lui" - Os Paralamas do Sucesso (1984)


Um baixista com grooves e linhas marcantes, um guitarrista que se por um lado não tem lá seus grandes talentos como vocalista, na guitarra faz mais do que o suficiente e um baterista que é simplesmente fenomenal, uma mistura de Stewart Copeland com Neil Peart tocando rock/reggae/ska. Musicalmente defino O Passo do Lui como um dos melhores trabalhos já feitos no país não só naquela década.  O tracklist? Responde por si só: Óculos, Meu Erro, Fui Eu, Romance Ideal, Ska, Mensagem de Amor... e vamos parar por aqui. (Carlos H. Silva)




#2 - "Cabeça Dinossauro" - Titãs (1986)


Cabeça Dinossauro é um grande disco que traz as porradas da melhor fase da banda.  Tudo é intenso, a começar pela capa chamada de A expressão de um homem urrando, baseada em nada mais, nada menos que Da Vinci. O álbum contém as doideras AA UU, Polícia, Porrada e Bichos Escrotos. Os caras estavam no auge criativo com uma formação sólida – e grande – e um baita produtor (Liminha) comandando a molecada. Titãs é isto aqui, álbum que se tornou influência para uma gama enorme de músicos, do pop nacional ao metal nacional. (Rose Gomes e Carlos H. Silva)



#1 - "O Concreto Já Rachou" - Plebe Rude (1985)


Quando penso nos anos 80, especialmente na trilha sonora desta época, fica impossível não me lembrar da Plebe Rude. A canção Até Quando Esperar foi uma das músicas que mais marcaram este período, sendo até hoje lembrada com vigor nas festas saudosistas dos titios e titias de meia idade por aí. O Concreto já Rachou traz, além deste hino oitentista, outras faixas memoráveis como Proteção, Johnny Vai à Guerra (Outra Vez) e Minha Renda, esta com a participação de Herbert Vianna que também produziu o disco. É sem dúvida um dos grandes álbuns do rock brasileiro. (Rose Gomes)





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--- A lista dos "Quase"

Veja os álbuns que também receberam indicações e "quase" entraram no TOP 5:



“A Revolta dos Dândis” – Engenheiros do Hawaii  (1987)




A estreia da formação clássica com Humberto Gessinger (voz e baixo), Augusto Licks (guitarra) e Carlos Maltz (bateria) foi no segundo disco do Engenheiros, A Revolta dos Dândis, onde os gaúchos começaram a explorar as influências progressivas no som e literárias/filosóficas nas letras. Foi um grande sucesso comercial e deste trabalho fazem parte clássicos como Infinita Highway, Refrão de Bolero (que “Ana” nunca recebeu esta declaração?) e o hino da juventude Terra de Gigantes. A partir daqui a banda tornou-se uma gigante do rock nacional quebrando a panelinha mainstream formada pelas bandas cariocas, paulistas e pelo rock de Brasília. (Carlos H. Silva)


"Nem Polícia Nem Bandido" - Golpe de Estado (1989)

Considero o Golpe de Estado uma das maiores e melhores bandas nacionais. O grande problema é que a meu ver os caras são injustiçados pela grande mídia que não sei por que cargas d´agua não enxergam os músicos com o devido valor que eles têm. O álbum Nem Polícia Nem Bandido de 1989 exemplifica bem o que quero dizer. As letras, de uma complexidade intensa e  inteligente e o instrumental indiscutivelmente bem executado garantem o lugar ao sol deste que é sem dúvida um dos pilares do rock oitentista nacional. As faixas Paixão, Nem Polícia, nem Bandido e Não é Hora mostram de maneira definitiva que o Golpe é e sempre será uma das maiores bandas do cenário roqueiro brazuca. (Rose Gomes)




"Crescendo" - Ultraje a Rigor (1989)



Não é novidade que este entraria na lista, afinal até mesmo na coluna Toca na Redação ele já havia aparecido. É um dos mais importantes para mim dessa época pois ainda fala de um assunto extremamente vigente nos dias de hoje, desde críticas ao ambiente familiar até a política. Evidentemente Roger é o único remanescente na banda que colaborou com esse disco. Eu escolho esse como o meu primeiro na lista porque ele tem durante praticamente o álbum todo uma linha de baixo extremamente gorda e que realmente me agrada aos montes. As faixas que ressalto são Filha da puta, Laços de família Querida mamãe. (João C. Martins)


"Vivendo e Não Aprendendo" - Ira! (1986)


O álbum mais bem sucedido do quarteto paulista (até o Acústico MTV) é considerado não só como o melhor da banda, como um dos clássicos do rock brasileiro. Teve até tema de abertura de novela com Flores em Você (em versão calma e com arranjo de cordas, diferente de como é tocada ao vivo) na global "O Outro", e outras canções emblemáticas como Envelheço na Cidade e Dias de Luta, além de Casa de Papel com todos os quatro integranes, Nasi (vocal), Scandurra (guitarra), Gaspa (baixo) e Andre Jung (bateria) se destacando. (Carlos H. Silva)






"Carnaval" - Barão Vermelho (1988)


O Barão Vermelho figura entre as grande bandas do rock nacional e como tal teve completo êxito nos anos 80, década em que o Rock Brasileiro mostrava sua força e vigor de um jeito que nunca mais se repetiu. Considero Carnaval um disco essencial pelo fato de ser o primeiro disco da banda a alcançar certa notoriedade após a saída de Cazuza – que era muito maior do que a banda - e por mostrar o talento indiscutível de Roberto Frejat a frente dos vocais. O disco traz as já clássicas  Pense e Dance (um dos maiores hits do rock nacional), Não me Acabo, O que Você Faz à Noite e Nunca Existiu Pecado. O já clássico Carnaval ajudou a colocar o Barão de volta ao patamar das boas bandas nacionais. (Rose Gomes)



"Batalhões de estranhos"Camisa de Vênus (1985)


Inevitavelmente alguém que curte Raul tem a obrigatoriedade de no mínimo conhecer um gênio de capacidade tão grande quanto a de nosso baiano. Conterrâneo desse, Marcelo Nova que integrou a banda Camisa de Vênus sem dúvida é a cara da banda. No álbum citado encontra-se um de seus maiores hits, Eu Não Matei Joana D'arc, e que apesar de ser a mais famosa, de nome, não é a única beleza do disco. Como já ficou claro em outras postagens, independente da banda, gosto de ouvir o disco do início ao fim, evidentemente esse aqui não é diferente, contudo se preferir começar mais devagar a recomendação, além da já mencionada, fica por conta de Lena faixa #3 do play. (João C. Martins)



“Nós Vamos Invadir Sua Praia” – Ultraje a Rigor (1985) 



O Ultraje tem uma qualidade que poucas bandas tem: compor inteligentemente em forma de “zueira”. As críticas nas letras do Roger (vocalista e guitarrista) sempre foram muito claras e ao mesmo tempo leva a gente ao riso. O som é básico, cru e Nós Vamos Invadir Sua Praia é um dos discos mais interessantes do rock nacional dos anos 80. A faixa-título dispensa apresentações e estão aqui também Inútil, Marylou, Rebelde Sem Causa, Eu Me Amo, Independente Futebol Clube, Ciúme e muitas outras. Indispensável. (Carlos H. Silva)





"O Tempo Não Para" - Cazuza (1988)


É claro que um dos maiores intérpretes do Rock nacional não poderia  ficar de fora. Toda a obra deste intérprete é de extrema importância para a música brasileira e escolhi O Tempo Não Para porque além de ser um registro ao vivo do cantor – e o último – traz uma junção das melhores músicas de sua breve carreira feitas de maneira brilhante durante a turnê do também excelente disco Ideologia, de 1988. O álbum traz a  interpretação única e vigorosa do músico e canções como Ideologia, Codinome Beija-Flor e O Tempo Não Para são simplesmente as melhores versões  de Cazuza, colocando este incrível disco na lista dos melhores. (Rose Gomes)




"Cada Dia Mais Sujo e Agressivo" - Ratos de Porão (1987)



Este aqui só entrou porque foge muito do estilo dos demais e na verdade eu considero até como um bônus track, um especial. Esse disco é extremamente rápido, sujo e agressivo... Peraí, tem algo em comum com o título, ah, tá! Foi sem dúvida uma das coisas mais pesadas que já ouvi e além de tudo foi lançado numa versão em Inglês, absolutamente Dirty and Aggressive. A atenção fica com as extremistas Morte e Desespero, Peste Sexual e Sentir Ódio e Nada Mais. ESCUTEM! (João C. Martins)








"Rádio Pirata Ao Vivo" - R.P.M.  (1986)


RPM!? Pois é, gente, os caras são legais. Na verdade esses 80s de uma forma geral foi meio que enfiado na minha cabeça pelos meus pais, minha mãe é uma grande fã de Paulo Ricardo, com isso é fã também de RPM, no último aniversário ficou toda-toda porque comprei pra ela o Elektra, último trabalho da banda. Mas tirando essas questões de lobotomia e imersão obrigatória, não acho que tenha feito sucesso apenas por serem rostos bonitinhos, contudo também por sua qualidade e principalmente pela sua veia totalmente oitentista que fez exatamente aquilo que a época pedia. E é um disco ao vivo, qualquer banda que lance alguma coisa ao vivo merece meu respeito. A Cruz e a Espada e Alvorada Voraz são as minhas recomendações. (João C. Martins)

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