Rock nos anos 60: equipe lista discos essenciais

Inicia hoje um grande debate, ou até mesmo se pode se dizer assim, um grande desafio entre os colaboradores deste blog. O intuito é escolher um tema no mundo da música e cada um elege seus cinco discos favoritos naquela vertente, podendo se repetir ou não. Tendo os escolhido, vão a votação e dentre os quinze apenas cinco serão escolhidos para compor a chamada TRMB List Team. Para começar logo, então, escolhemos o rock feito na década de 1960. Do quinto ao primeiro colocado você acompanhará agora e ao término poderá ver um resumo dos que ficaram de fora, ok? 

Lembramos que a lista é de acordo com o gosto pessoal de cada um da nossa equipe, podendo ser realizada de acordo com preferência pessoal ou importância musical de cada álbum, regra que vale para todas as listas deste blog.

Então, pau no gato!

----> Top 5 - Rock nos anos 60




#5 The Who - Who's Sell Out (1967)




The Who! Uma banda grandiosa desde os 60s, época onde meninos faziam apenas músicas românticas e tinham atitudes "rebeldes", eles faziam músicas rebeldes e tinham atitudes mais rebeldes ainda! Poderiam facilmente ocupar um lugar um pouco melhor caso falássemos dos anos 70, mas... oportunidade não faltará, entretanto ainda assim o álbum citado merece estar no top list desse imbróglio. Eles estavam num processo pós-yeah yeah yeah, e embora já tivessem tentado um trabalho conceitual em A quick one (1966), o que realmente veio a dar certo foi o desta lista. Simulando uma transmissão de rádio pirata Inglesa, até propagandas tinham e uma coisa que nem se precisa entrar no mérito é a qualidade indubitável do quarteto britânico formado por Roger, Pete, John e Keith. O hit I Can See for Miles é uma das mais pedidas nesse play. (João C. Martins)




#4 Frank Zappa - Hot Rats (1969)





Hot Rats é o segundo trabalho solo de Frank Zappa (sem os Mothers of Invention) este aqui aparece pelo meu amor ao rock progressivo e a música avant-garde em geral, com sua mistura entre a música clássica, o jazz e a experimental. Logo na abertura já temos um tema de uma beleza incrível, Peaches en Regalia, uma das canções mais festejadas do bigodudo, um jazz-fusion com uma qualidade inegável. Willie the Pimp é a única com vocais (feitos por Captain Beefheart) e conta com solos espetaculares de Zappa. Son of Mr. Green Genes é uma obra tão perfeita que não tenho palavras para descrevê-la e não será agora que conseguirei. Apenas apertem o play e curtam a viagem até a faixa acabar. É daquelas em que somos obrigados a gritar “gênio” quando acaba. Longos solos de instrumentos de sopro e de guitarra. Maravilhosa! As não menos geniais Little Umbrellas, The Gumbo Variations e It Must be a Camel completam o álbum que também foi produzido pelo próprio Frank Zappa, mostrando que é um trabalho 100% saído da sua mente póstuma, sagaz, bem humorada e revolucionária. Hot Rats é um grande destaque da década de 1960, quando já no finalzinho um gênio da história da música lançou um dos seus trabalhos mais marcantes. (Carlos H. Silva)


     


#3 The Beatles - White Album (1968)




O nono trabalho dos Beatles, lançado duplo, o “álbum branco” é assim chamado por sua capa inteira branca e seu nome verdadeiro é apenas The Beatles. A mistura do pop, com o rock (o rock e o roll) com o experimentalismo, a psicodelia e até flertes com o recém nascido rock progressivo fazem deste trabalho um clássico daquela década e da história da música. Das lindas melodias do início com Julia até o final épico em Good Night, podemos ouvir o rock n’ roll de Back in the U.S.S.R., o pop de Ob-La-Di, Ob-La-Da, a sutileza de While My Guitar Gently Weeps (com solo de Eric Clapton), a carta na manga de Paul Blackbird, aquela que é considerada o primeiro heavy metal da história, Helter Skelter, e a melodiosa Revolution 1. Escolher um disco dos Beatles é um trabalho árduo, mas White Album serve muito bem para representá-los nessa. (Carlos H. Silva)




#2 Grand Funk Railroad - On Time (1969) 





O disco debut  desta incrível banda americana é simplesmente uma verdadeira obra-prima e já prepara o ouvinte para o que viria a ser a década seguinte.  Traz a formação clássica  de power-trio, com Mark Farner nos vocais, Don Brewer na batera e Mel Schacher no baixo e mostra com clareza o talento dos músicos. O álbum já abre com a pancada Are You Read e aos poucos vai ganhando uma intensidade ainda maior, sempre acompanhado de belos riffs (caso da bluezística Time Machine) e viradas estratégicas em conjunto com um baixo adoravelmente melodioso (como  na potente T.N.U.C com belo solo de batera). Vale lembrar que esta preciosidade que fecha não só essa lista como os anos 60 ainda traz a incrível Heartbreaker. (Rose Gomes)




#1 Cream – Disraeli Gears (1967)




É simplesmente impossível falar-se da década de 60 sem mencionar o trabalho monumental feito por Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce, músicos deste  power-trio de extrema qualidade.  O segundo álbum do Cream é talvez um do melhores desta divina década tão rica musicalmente, pois era o momento em que os grandes músicos afloravam e usavam seus experimentos para criar. E Disraeli Gears é a prova disso. O disco que é uma obra colossal, traz faixas absurdamente estonteantes como Strange Brew e S.W.L.A.B.R , isso sem contar Sunshine of Your Love, um dos maiores clássicos do Rock and Roll.
O que esses caras fizeram não é passível de explanação. Sozinhos preenchiam um estúdio de tal forma a parecer que havia uma orquestra tocando. 
E o vocal de Jake que irrefutavelmente arrepiava qualquer um quando cantava Tales of Brave Ulisses, entre muitas outras, mas a atenção especial fica pra essa.  (Rose Gomes e João C. Martins)




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Esta foi a lista oficial do rock nos anos 60 escolhida pela equipe do TRMB
E você, o que achou? Sabemos que muitas bandas clássicas com álbuns clássicos ficaram de fora, mas listas são sempre listas... e polêmicas. Deixe seu comentário! 
Daqui por diante acompanhe o que cada integrante do blog elegeu como seus cinco melhores.

Veja abaixo os álbuns que foram votados mas não entraram no TOP 5.




The Yardbirds - Having a Rape Up With The Yardbirds (1965)
O segundo trabalho dos ingleses que foi lançado nos EUA e conta com a participação tanto de Jeff Beck, Eric Clapton e Jimmy Page, a tríade sagrada de guitarristas que passaram pela banda. O lado A é de Beck com clássicos como Heart Full of Soul e The Train Kept A-Rollin, enquanto Clapton o B com Respectable e Smokestack Lightning. Page aparece na versão bônus com a faixa Stroll On. Exceto Still I’m Sad, nenhuma outra canção do disco foi escrita pelos membros da banda. Uma perfeita demonstração do clima iêiêiê com o blues e a psicodelia. 
(Carlos H. Silva)

Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)
O debut da banda - que levou apenas incríveis 36 horas para ser finalizado em estúdio - abre os trabalhos com uma das minhas canções preferidas, Good Times Bad Times e traz toda aquela musicalidade tipicamente Zeppeliana, que aliada à bons toques de Blues influenciou (e ainda influencia) grandes nomes do rock. As viradas engenhosas de John Bonham e os belos riffs de Page contrastam divinamente com o baixo bem trabalhado de John Paul Jones e a interpretação majestosa de Robert Plant. 
(Rose Gomes)

The Kinks - Kinks (1964)
Os Kinks não eram os seres mais criativos em termos de nomes para os discos, em compensação suas canções eram bem empolgantes e muito bem trabalhadas, incontestavelmente eram diferentes dos demais. You Really Got Me é mais famosa deles, e é uma das mais legais também. 
(João C. Martins)

Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn (1967)
O primeiro trabalho deles ainda com Syd Barrett e sem David Gilmour. Apesar da extrema psicodelia,  a banda já demonstrava os primeiros passos do estilo que adotaria por completo nos trabalhos seguintes.  Interstellar Overdrive e Astronomy Domine são os grandes clássicos aqui presentes. 
(Carlos H. Silva)

Jimi Hendrix Expirience - Are You Experienced (1967)
Mais um incrível power-trio mostra as caras por aqui e  agora trata-se do insuperável Jimi Hendrix Experience. O disco tem faixas psicodélicas e instrumental bem afiado, tanto da parte de Hendrix como de Noel Redding  com seu baixo sutilmente marcado  e  Mitch Mitchell levando uma batida precisa. Não só o riff único de Purple Haze  - talvez um dos mais conhecidos da história – como as fabulosas faixas Manic Depression Are You Experienced? Inclusive aconselho a audição deste álbum seguido ao do Cream, já postado acima. 
(Rose Gomes)


Deep Purple - The Early Years (1968)
Na minha lista um lugar é dado ao Deep Purple, pelo simples fato desse álbum ter sido o primeiro deles com o qual tive contato, e quando digo contato me refiro a uma única música, que ainda ressoa forte em termos de influência pra mim. A faixa que me embriagou foi Listen, Learn, Read on. (João C. Martins)

Bob Dylan - Highway 61 Revisted (1965)
O sexto disco de estúdio de Bob Dylan e o incluí aqui porque, até então, Dylan priorizava a música acústica e neste trabalho o americano convocou músicos de rock, com exceção da épica Desolation Row, com seus quase 12 minutos acústicos. O álbum abre com o hit Like a Rolling Stone. Uma mistura perfeita do folk, blues e rock n’ roll. (Carlos H. Silva)

The Doors – The Doors (1967)
The Doors. Taí a banda responsável por me apresentar ao som sessentista do qual sou ouvinte assídua. Aqui não listarei o meu disco preferido dos caras (The Soft Parade de 1969), mas sim o que considero  como sendo o mais importante da banda, o homônimo de 1967. Clássicos indispensáveis como Break on Through (To the Other Side), que traz batida inicial inspirada em nossa Bossa Nova e a faixa que tornou a banda conhecida mundialmente, Light My Fire. Este álbum seria apenas o primeiro de uma breve, porém bem sucedida carreira da banda. 
(Rose Gomes)

The Beatles - Revolver (1966)
Não sou nada fã de Beatles e considero pouquíssimos discos realmente influentes, esse é um deles. O primeira faixa Tax man já é bem bacana, tem uns solos de guitarra bem efêmeros, porém bem gostosos de escutar. Se tivesse que dar nota ela seria 10 sem medo de represálias. Como nos comentários já feitos, foco na mais Rock 'n' Roll do Long Play que é Tomorrow Never Knows. 
(João C. Martins)

The Rolling Stones - Let It Bleed (1969)
Lançado em dezembro de 1969, ou seja, quase já nos anos 70 (embora, sim, eu saiba que a década começa a contar a partir do primeiro ano, no caso 1971, mas...), foi o último disco dos Stones a contar com o guitarrista Brian Jones e o primeiro a contar com seu substituto Mick Taylor acompanhando Jagger, Richards, Bill Wyman e Charlie Watts. Da melancolia de Love in Vain ao rock de Live With Me, Let it Bleed é um dos pontos altos da discografia dos Stones até hoje e ainda fazem parte dele hinos como Gimme Shelter, Midnight Rambler e a maravilhosa You Can't Always Get What You Want. (Carlos H. Silva)

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