Sleep, para acabar com seu sono de Natal

Durante a semana tive uma ideia, e essa ideia por um triz não dará certo, mas como isso pouco importa, vou coloca-la em prática assim mesmo. Como se sabe, dia 25 de dezembro é (foi) Natal, data em que o Papai Noel completa mais uma primavera e dia onde todos que nem olham na sua cara, ou lembram de sua existência durante o ano, se tornam seus melhores amigos, ou seja, se somarmos tudo isso o que temos? Isso aí, Jesus Cristo, Stoner Metal e muito, mas muito Rock 'n' Roll!
Caso esteja se perguntando se sou um Herege, por falar dessa forma, saiba que a resposta é, não. O único propósito de fazer essas associações, é o seguinte: Natal+Corja=Presentes; Natal+"Igreja"=Jesus. Sendo assim meio caminho já está andado, mas ainda não deve ter ficado muito claro o que foi que impulsionou a escolha do tema, caso esteja muito ansioso... Calma aê caro leitor, calma aê. Obviamente esse é um blog de Música, evidentemente aqui sempre conversamos sobre Rock de várias vertentes, é claro que gostamos do Natal, então isso quer dizer que nada melhor que uma banda com todos esses atributos para celebrar esse feriado tão bacana, e essa banda é... continue lendo, só mais um pouquinho.
O conjunto que se apresentará nessa caverna tão ilustre, não é nenhuma novidade no mundo do Stoner e do Doom Metal, porém, talvez seja uma novidade para quem não ingressou, de fato, nesse segmento. O power trio de San Jose - Califórnia, está na ativa desde 1990, e o álbum do qual falaremos hoje foi lançado em 1999, sua formação para o compacto ficou assim:
Chris Hakius (Bateria), Matt Pike (Guitarra) e Al Cisneros (Baixo e vocal). Sem mais delongas, nosso papo de hoje é sobre, Sleep e o álbum Jerusalem!




Agora sim tudo faz sentido, não é? Jerusalem, Jesus, Natal, Rock... Rá! 
 
Brincadeiras a parte, essa foi minha escolha por conta do nome mesmo, e por um outro fato muito peculiar nesse disco, que ficará claro ao término de nossa prosa. 


Trata-se de uma sonoridade extremamente densa, pesada, e muito suja, não é aconselhável a audição desse num primeiro contato com o gênero, afinal pode ser que você acabe se cansando, sem querer menosprezar, ou classificar alguém, mas é preciso um certo nível de maturidade para perceber o quão grandioso é o trabalho do grupo.
Com todos os elementos que o estilo pede, Sleep mantém uma introdução gigante no compilado, com riffs de guitarra repetidos e incansávelmente distorcidos, os primeiros seis minutos permanecem assim. Quando quando finalmente entra o vocal de Al, você pode perceber, ainda mais o peso que é dado, pela forma que ele entoa as palavras da canção, são todas esticadas, de forma até meio que ritualística. A presença de solos, apesar de serem bem efêmeras, são pontos altos na faixa, afinal são, se assim se pode chamar, a ruptura na densidade que se vê com maior frequência nesse álbum. Quase todas as melodias iniciam e encerram da mesma foram, contudo não se pode dizer que isso é alguma falta de técnica, ou desleixo, é a forma com que o Doom se propagou, e Sleep não é considerada uma banda lendária dentro dessa subdivisão sem méritos. O álbum encerra-se numa sonoridade impressionantemente compassada, além do timbre sem igual. Ah! E antes que você pense que esqueci de citar canção por canção como venho fazendo, saiba que esse é um full lenght de uma só faixa, e diferente de um single essa faixa tem cinquenta e dois minutos, que embora seja dividido em seis partes, não se nota a pausa entre uma e outra, definitivamente um clássico.


E como temos apenas uma canção, vale a pena acompanha-lo com a letra. Vamos cantar!



Observações:

  • Antes de existir Sleep, os três integrantes oficiais da banda, compunham junto de mais dois indivíduos a banda Abestosdeath. Os outros eram Tom Choi e Keith Krate, ambos tocavam guitarra;

  • Sleep iniciou como um quarteto, Justin Marler completava como segundo guitarrista;

  • Um fato interessantíssimo sobre Justin Marler é que após a gravação do primeiro disco da banda, Volume One, ele desapareceu, pouco tempo depois descobriram que o mesmo havia se integrado ao Mosteiro Ortodoxo Oriental, tornando-se assim um monge. Após algum tempo e o lançamento de alguns livros, Justin retomou sua carreira musical, com o antigo amigo Chris Hakius, onde formaram The Sabians.

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