Troféu That Rock Music 2013: Black Sabbath e The Winery Dogs

Na nossa votação de melhores do ano, apenas 2 discos foram citados entre os 10 ou nas menções honrosas de nossos 3 editores; e a eles, nós aqui do TRMB, concedemos o simbólico Troféu TRMB como Destaque do Ano!


Black Sabbath com o álbum 13

 O que chama a atenção em 13 é o excelente instrumental, especialmente da guitarra e baixo. Os caras mantiveram a sonoridade de décadas atrás e músicas como The End of the Beggining e Damaged Soul (belíssimos solos) deixam isso bem claro. Destaco Loner e Live Forever, ambas com baixo foderoso e a forte e marcante presença da guitarra engenhosa de Tony Iommi. (Rose Gomes, na lista de Melhores do Ano)

Manteve a maldade, a qualidade é incontestável dos instrumentistas, ressalva particular e com certeza também generalizada para Geezer Butler e Tony Iommi que nunca decepcionaram, Brad Wilk nada deixou a desejar, teve pegada, em nenhum momento foi o ponto fraco do compilado, colaborou e bastante. Ozzy canta como ninguém, porque ninguém é tão sem fôlego quanto ele (haha). Brincadeiras de lado, evidentemente, e nem se esperava algo muito maior dele, desempenhou o que podia. Aquelas notas altíssimas que alcançava ficaram trancadas, para ouvi-las outra vez só dando um play no Sabotage. Outro ponto a se ressaltar é que parecem ter se tornado muito mais questionadores do que apenas tementes ao demônio. Falam muito mais de temas religiosos como a presença ou não de um Deus e isso é bacana. Evidentemente não é o que faz melhor ou pior, só muda, e mudanças sempre são... mudanças. O que há de se tirar o chapéu é para Dear Father, que encerrou o álbum com a mesma chuva que inicia a primeira faixa de seu debut e que são bem similares. Não só pela chuva que cai obviamente, mas naquele momento em que ela tem seu clímax é idêntica a explosão pós-trítonos da Black Sabbath, até mesmo as variações no baixo ao término de cada passagem são semelhantes. Isso tem sem dúvida um valor extraordinário, pois de certa forma demonstra que eles, possivelmente, encerraram as atividades da mesma forma que começaram, muito mais ricos e famosos hoje é claro, com o espírito de Black Sabbath! (João C. Martins, na sua coluna Caverna de John)

Pela importância histórica da banda, pelo significado de um novo disco de estúdio completo com Ozzy Osbourne no vocal, pelos recentes acontecimentos que envolveram direta ou indiretamente a banda (até mesmo a morte de Ronnie James Dio), este álbum se tornaria um dos mais comentados do ano, sem dúvida alguma. Fica óbvio que o produtor Rick Rubin convenceu os caras a emularem a si mesmos nos primeiros discos; End of the Beginning remete à Black Sabbath e Loner tem um quê de N.I.B., enquanto Zeitgeist se parece assustadoramente com Planet Caravan. E o que importa? É Black Sabbath! Melhor soar como a si mesmo do que inventar novas modas que não vão a lugar algum. Destaco o blues infernal de Damaged Soul, a quebradeira de Age of Reason e a tensa God is Dead? 13 não trouxe nada de novo ao som do Black Sabbath. E nem precisava. E muito menos era isso que os fãs queriam. Todos queriam ouvir o velho Black Sabbath e ver se esses caras ainda sabiam fazer aquilo. E claro que eles sabem, afinal foram eles que inventaram. (Carlos H. Silva, em colaboração ao Shogunidades)


The Winery Dogs com o álbum The Winery Dogs


O que temos quando se junta três exímios músicos dotados de um talento descomunal? A resposta é fácil, simplesmente um dos melhores álbuns do ano! O disco traz um tom vibrante que se faz presente em absolutamente todas as faixas. O toque preciso do experiente Sheehan, as viradas impactantes de Portnoy e o vocal intenso de Kotzen garantem o sucesso deste trabalho que já era um grande sucesso anunciado antes mesmo da minha primeira audição. Destaco as faixas ElevateDesire e The Other Side. (Rose Gomes, na lista de Melhores do Ano)


Confesso que nunca acompanhei assiduamente a carreira de nenhum desses músicos absurdamente talentosos, entretanto quando ouvi I'm no Angel pela primeira vez, percebi que vinha fazendo muito mal. Mike Portnoy, o que falar? É de uma sutileza bruta naqueles tambores, consegue ser um paradoxo que combina; Richie Kotzen, toca guitarra de um jeito bem peculiar, canta muito bem, além de ser bonitão que só (desculpe-me), e aquele que eu considero o ponto de equilibrio na banda, Billy Sheehan que numa linha de baixo impressionante ditou o ritmo em muitas canções como Desire,You Saved Me, The Dying (minha favorita) e Elevate. (João C. Martins, na lista de Melhores do Ano)

Não era muito difícil imaginar que de uma junção de Mike Portnoy (bateria, ex-Dream Theater) com Billy Sheehan (baixo, ex-Mr. Big, ex-David Lee Roth) e Richie Kotzen (guitarra e vocal, ex-Poison, ex-Mr. Big) sairia não só uma grande banda, como um dos grandes discos do ano. The Winery Dogs é repleto de passagens técnicas, como era de se esperar pelo gabarito dos caras, porém o diferencial está no clima hard rock com influência funk (aquele Funk Rock Deep Purpleano da fase Stormbringer) que passeia por todo o álbum, transformando as canções em potenciais hits radiofônicos como a pesada e zeppeliana Elevate e a linda balada I'm no Angel, uma mistura de Rory Gallagher com Jimi Hendrix que é de arrepiar. Desire, We Are One e Six Feet Deeper são outros grandes exemplos do porquê deste disco estar presente em pelo menos 8 de cada 10 listas de melhores do ano. Uma performance absurdamente boa de Portnoy, Sheehan & Kotzen. Um power-trio que já nasceu grande e já colocou seu nome na história. (Carlos H. Silva, em colaboração ao Shogunidades)


Ano que vem quem sabe rola um desenhinho de troféu, né?


Comentários