Blues for the Red Sun, o disco mais pesado de todos os tempos.

por João C. Martins

Quinta-feira dia de… de… de… A CAVERNA DE JOHN! UHUUUU! YEAH YEAH! AAAAAAAAAAAAARGH! Ai ai… Não sei se já te contei qual é meu método para começar a escrever sobre uma banda, então se sim vou contar de novo, se não, preste atenção. As vezes estou escutando uma banda que não tem nenhuma relação com o tema, e um riff me lembra uma que posso falar aqui, as vezes abro minhas pastinhas de músicas no PC e começo rodar por coisas que nem lembrava que tinha, em outros casos escuto pela primeira vez um álbum e já me vejo no direito de escrever sobre ele, enfim é um método que talvez muitos usem, e que pra mim é bem vantajoso, porque nunca tenho na cabeça o que vou fazer, me ocorre na hora, ou seja, não sei o que vou fazer semana que vem, ou qualquer outro dia desses.

Comecei com essa breve descrição da minha metodologia, porque algo do que citei aconteceu ainda hoje (16/01), enquanto estava ouvindo o disco Õ Blesq Blom (1989) dos Titãs, pois fiquei olhando fixamente para a capa dele, e sabe-se lá o porquê, ele me lembrou Wretch (1991) do Kyuss. Loucura né? Talvez as cores sejam parecidas e tudo mais, a sonoridade pouco lembra um e outro. Quem sabe o fato de terem encontrado Mauro e Quitéria e gravado com eles num clima bem similar a um cerrado, e sabendo que Kyuss é uma das maiores bandas do Stoner, e Stoner também é conhecido como Desert Rock… as possibilidades são infinitas. Sendo assim o álbum que teremos a honra de falar aqui será! Se pensa que é o citado dos californianos, se engana pois já falamos sobre ele lá no passado, caso não se lembre clique aqui, depois de ler essa é claro, mas como eles não gravaram apenas um LP em toda sua carreira, vamos conversar sobre o segundo e maravilhoso disco deles, considerado pela Revista Q, em 2001, um dos 50 álbuns mais pesados de todos os tempos, segundo a internet. Chega de enrolação! Seja bem vindo Kyuss com BLUES FOR THE RED SUN!

Cover

Kyuss é uma banda de uma curtíssima duração, haja visto a grandiosidade de seu trabalho, porém isso não impediu muitas idas e vindas, principalmente entre baixistas. Nesse, o quarteto foi: John Garcia (Vocal), Josh Homme (Guitarra e vocal), Nick Oliveri (Baixo) – embora em muitas apresentações da época Scott Reeder é quem assumia, descalço, o instrumento – e Brant Bjork (Bateria).

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Como não encontrei nenhuma foto dos quatro juntos me vi obrigado a fazer essa montagem relativamente amadora.

O compacto lançado em 1992, como citado, é um dos mais pesados de todos os tempos, em todos os aspectos, sendo eles as letras, as melodias, os videoclipes, as apresentações, tudo. Para se ter dimensão do que é fique com a que o abre e em seguida, sem titubear, a sua sucessora, que são literalmente emendadas no disco. São elas Thumb, canção composta por Josh Homme e Green Machine de Brant Bjork, que por sinal é a melhor música no gênero todo.

Kyuss – Thumb

 

Kyuss – Green Machine (Vídeo oficial)

 

Como era característico da banda, diversas faixas contavam com enormes introduções, algumas outras eram somente instrumentais, caso da que sucede as duas primeiras que acabamos de ouvir, chamada Molten Universe. É paulêra sem fim, até mesmo em 50 million year trip (Downside up), que entra em dado momento num ritmo baladístico, tendo um solo de guitarra bem calmo e agradável. Ele sem dúvida alguma, é um clássico do Rock, dizendo de forma geral mesmo, pois abusou de elementos que já eram conhecidos dos primórdios do Heavy Metal, além de ter um pouco daquele estilo que propagou aos montes as, boas, bandas de Grunge, que era o peso, principalmente harmônico, e sem contar que criaram um estilo, nada se compara com Kyuss, alguns criaram riffs parecidos e tudo mais, contudo eles são únicos. Ah! E é bom deixar claro também, que apesar de eu não gostar nem um pouco de Nu-Metal, muitas bandas dessa vertente foram influenciadas por Kyuss, e quer queira quer não, o pessoal que faz esse tipo de som esteve e ainda está na ativa até hoje não sem motivo, muitos deles são realmente bons. Outra faixa que merece atenção especial é Writhe, faixa essa que é entoada por nosso guitarrista favorito. Ela tem um clima muito diferente das demais, talvez um presságio do que viria a ser o Queens of the Stone Age. O aconselhável é que escute o play do início ao fim, mas como estamos ainda num processo de conversa, fique agora com 800 antecessora da citada, e finalmente, Writhe.

Kyuss – 800

 

Kyuss - Writhe

 

Com uma letra bem forte, Writhe casou perfeitamente com a voz soturna de Josh Homme, a cadência, compassada, com a distorção ligada, definitivamente um PESO!

Finalizando o papo a penúltima canção do trabalho, que é Mondo Generator, e se pensa que já viu esse nome em algum outro lugar, não se espante, pois já deve ter visto Nick Oliveri no comando de uma banda assim conhecida. A banda surgiu justamente após a primeira grande separação de Kyuss, e o nome foi escolhido, talvez pelo simples fato de essa ser a única lista do full lenght na qual o baixista teve a oportunidade de mostrar seus dotes de vocalista. É uma daquelas que poderiam ser colocadas em filmes de terror, ou de assassinato… é assustador o grave dessa música!

Kyuss – Mondo Generator

 

Como é de costume, fique com o full album, e divirta-se!

Kyuss – Blues for the Red Sun (álbum completo)

 

Observações:

- Esse álbum foi, de fato, um grande divisor de águas, por conta de todo aquele ritual que já é conhecido quanto ao lançamento de um segundo disco, pois ele simplesmente sucedeu um dos melhores de 1991 que foi Wretch;

- Depois de muito tempo separados, eles voltaram a tocar juntos, rolou até apresentação aqui no Brasil, infelizmente não pude ir, contudo apenas Josh Homme não quis participar novamente da festa, afinal ele se tornou famoso demais para ser um mero coadjuvante outra vez;

- Como sempre cito em minhas publicações que envolvem a banda, deixo claro que o grande forte dos caras eram suas performances ao vivo, para poder deixar isso um pouco mais explícito compartilharei um vídeo raro deles numa apresentação no Bizarre Festival 1995, que era um renomado evento de bandas de Rock, basta clicar aqui para ir ao vídeo, com a ressalva de que no baixo era Scott Reeder.

Comentários

  1. Grande disco. Tenho o prazer de tê-lo em minha coleção. Disco obrigatório.

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