4 quartetos fantásticos do rock



O número de bandas de qualidade com 4 integrantes é quase infinito e criar uma lista com as melhores é tarefa impossível porque certamente muitas ficariam de fora injustamente. Então resolvi escolher 4 bandas (mas sem clichês) que têm algo a mais em comum: fazem (ou fizeram) um som de qualidade, porém cada uma na sua vertente! Por Rose Gomes

Black Sabbath – Formado em 1968 o grupo britânico é considerado pioneiro no segmento heavy metal, influenciando bandas de diversos gêneros e subgêneros do rock. O quarteto que já passou por várias formações e teve inúmeros vocalistas (entre eles Ozzy, Dio, Ian Gillan, Glen Hughes, Tony Martin e por aí vai), tem ao todo 19 álbuns e gera muita discussão sobre qual “era” foi melhor. Na humilde opinião da serva que vos fala, os álbuns Heaven and Hell (com Dio nos vocais – 1980), Born Again (Gillan – 1983),  Seventh Star (Hughes -1986) e Headless Cross (Martin – 1989) são os melhores. Da fase Ozzy não sou muito fã, apesar de ter conhecimento de que Black Sabbath e Paranoid (ambos de 1970) são grandes álbuns (instrumentalmente falando). A banda de Tony Iommi voltou à ativa no ano passado com o lançamento do aguardadíssimo “13”, décimo nono disco da banda. Mantendo a formação original (exceto pelo batera Bill Ward, que não topou a “volta” por motivos de que ganharia menos que seus companheiros), o retorno trouxe de volta Ozzy nos vocais (que não gravava com o Black Sabbath desde 1978), Iommi na guitarra e Geezer Butler no baixo. O baterista Brad Wilk (Rage Against The Machine, Audioslave) assumiu as baquetas. A banda tocou por aqui em outubro passado e superou as expectativas!




Ramones – O quarteto americano criado em Nova York no ano de 1974 é sem dúvida um dos nomes mais importantes do punk rock. Pioneiros nessa vertente, assim como o Black Sabbath também passaram por diversas formações, porém mantendo sempre o mesmo vocalista, o carismático Joe Ramone e o guitarra, Johnny Ramone. Influenciados por diversas bandas sessentistas como Doors, Beatles e Kinks, e por bandas do cenário proto punk e surf rock como MC5 e Beach Boys respectivamente, fica evidente a presença desses elementos nas composições dos caras. Nomes consagrados do punk rock como Sex Pistols, Clash, Dead Kennedys e Bad Religion são apenas alguns exemplos de bandas que sofreram forte influência do Ramones. Com 14 álbuns de estúdio gravados, destaco como os melhores Ramones (1976), Rocket to Russia (1977), Brain Drain (1989) e Mondo Bizarro (1992). Infelizmente a banda encerrou as atividades em 1996, devido a problemas de convivência entre os caras e também pela doença de Joey, que viria a morrer em abril de 2001 vítima  de câncer linfático. Apesar de existirem bandas muito boas nesse cenário ainda em atividade, o Ramones certamente deixou milhares de fãs órfãos, e sem dúvida escreveu seu nome brilhantemente na história da música. 

Plebe Rude – Representantes do rock brasileiro, o quarteto de Brasília formado na década mais importante para o rock nacional – os saudosos anos 80 – sempre trouxe em suas letras temas politizados que refletiam uma geração ainda calada pela censura. Com influências que iam do punk a MPB, o grupo que nunca gravou sequer uma música falando de amor lançou ao todo 7 álbuns (entre trabalhos de estúdio e ao vivo), muito bem executados mostrando do que uma boa banda brazuca é capaz, e destaco O Concreto Já Rachou (álbum de estreia, produzido por Herbert Vianna – 1985), Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987) e o ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem (que marca a volta da banda depois de 6 anos sem gravar – 2000), como os que mais aprecio.  A história dos caras é marcada por idas e vindas e momentos conturbados (que o baixista André X relatou com detalhes  em seu blog), e de fato o que mais senti, assim como muitos fãs, foi a saída do guitarrista Jander Bilaphra, sendo substituído pelo não menos talentoso Clemente (Inocentes). Mas a vida continua e a banda de Philippe Seabra também, fazendo vários shows pelo país com a turnê Rachando Concreto, do trabalho mais recente dos caras, o álbum ao vivo Rachando Concreto: Ao Vivo em Brasília, de 2011. E viva o (bom) rock nacional! 


Rival Sons – A banda californiana fica na categoria do que há de (muito) bom musicalmente na atualidade, na listinha dos quartetos incríveis. Formado em 2008 (!) o grupo tem apenas três álbuns gravados e o mais recente, Head Down (2012) sem dúvida é o melhor. As faixas  Keep On SwingingWild AnimalUntil the Sun ComesRun from Revelation  e All the Way   são simplesmente de cair o queixo. A influência do quarteto nota-se claramente que está no classic rock , de Led Zeppelin a Lynyrd Skynyrd, passando por Doors e The Who, e todas os grupos  da época em que só se sabia fazer coisa boa. Mas a banda de Jay Buchanan tem personalidade e finca sua identidade nesse que é o melhor disco da banda, até então. Atualmente os caras estão em turnê pelos EUA e Canadá, passando depois pela Europa. E ficamos na expectativa de que venham pra cá!






*Postado originalmente em Cadê Meu Whiskey

Comentários