Casa das Máquinas em, O melhor disco de Rock Nacional

Por João C. Martins

Hoje é um dia muito especial, não por ser, apenas, o dia da melhor caverna desse Brasil, não! Mas sim porque nessa semana, nossa casa virtual, o TRMB, completou seu primeiro aniversário, inclusive, veja só, no dia da lorota, embora tudo o que façamos aqui seja com extrema verdade e dedicação, pieguices de lado evidentemente. Gostaria, antes de iniciar, de fato, o assunto sobre música, de dizer que para mim é algo muito especial escrever nesse blog, mesmo sendo eu o mais infiel dentre todos os funcionários efetivos, mas me sinto muito feliz, de verdade, pois existe uma sinergia verdadeira entre todos nós colaboradores, e entre todos aqueles amigos que leem. Muitas vezes escrevemos (generalizo, contudo estou falando da primeira pessoa apenas) algo que consideramos a oitava maravilha do mundo, mas nem sempre tem todo aquela festa que esperamos, afinal aquilo que é bom para mim nem sempre é bom para você, e isso aconteceu por diversas vezes, me fazendopensar: Nossa! Esse post ficou duca! E no fim das contas só mesmo eu, talvez meus colegas de trabalho, e minha namorada, que obrigo (haha), termos lido. Isso seria motivo para pensar, Ah! A galera não gosta do que eu escrevo, então devo parar… mas não, pois antes de existir uma galera que goste ou desgoste do que eu escrevo, houve um cara, chamado Carlão, ou Carlos Henrique Silva, ou Oceaga, que decidiu me, eu disse ME, convidar, junto da queridíssima Rose Gomes, que passei a conhecer devido ao blog, para escrever sobre um tema que eu quisesse aqui, e até mesmo propondo que eu falasse de Stoner, num mundo onde ninguém sabe o que é essa porra – sinto muito pelo palavrão, é que estou emocionado. Enfim, para não me prolongar demasiadamente, repito, eu realmente gosto muito de escrever nesse blog, e me sinto muito feliz por isso. Sou muito grato aos meus dois amigos já citados, e a todos, principalmente à minha senhora que não me deixa desanimar.

PARABÉNS THAT ROCK MUSIC BLOG!


Caso não tenha entendido a figura acima, é um bolo, com alguns logos de algumas bandas importantes. Sinto muito, mas não tive muito tempo, nem canetas coloridas o suficiente, tampouco técnica para fazer um bom desenho.


Depois de todo esse nosso sentimentalismo fofo, vamos para o que interessa, que é Rock ‘n’ Roll, baby! 

Sei que há tempos venho deixando um pouco de lado essa história de Stoner, mas que fique claro que não é por motivos do tipo, não gosto mais, ou você não goste mais, ou qualquer coisa que o valha, só acredito que para chegar ao ponto de falar de um gênero tão novo, apesar de desde os 80s já existir, é necessário um pouco mais de teoria, melhor dizendo, dos primórdios, e vamos combinar que não há nada melhor que um bom e velho Classic Rock, certo? E quando esse Classic, é na verdade um Clássico, pois trata-se de um banda brasileira, melhor ainda, né? Pois bem, a banda que é tema de hoje é, Casa das Máquinas, com seu terceiro, último e incrível disco Casa de Rock (1976).

Como o grupo tem e teve muita gente, não encontrei uma foto decente com todos os integrantes, mas, em todo caso, aqui vai a escalação do time nesse álbum: Simbas (Vocal), Pisca (Guitarra, Baixo e Vocal), Marinho Testoni (Piano), Marinho Thomas (Bateria).
Como ressalva o fato de que em uma das faixas o produtor, Netinho, tocou bateria, e João Alberto assumiu o baixo, contudo apenas a gravação do disco.



Se precisasse descrever diria que é um grupo de Rock psicodélico brazuca, cheio de swing e extremamente grooveado, sem falar da técnica absurda de todos os integrantes e dificuldade ainda maior para quem se meter a besta de fazer um cover.

Como já sabe, o compacto foi gravado e lançado no ano de 1976, bem mesmo naquela década em que diversas bandas do mundo todo despontavam com músicos incríveis, e onde já não era mais suficiente ser só bonitinho, arrumadinho, ou audacioso, tinha que ser bom mesmo, tinha que saber o que fazer com o que quer que você empunhasse. Temos como parâmetro bandas internacionais, que cansadas de peace and love, partiram para o arregaço, criando maravilhas como, Burn (Deep Purple), IV (Led Zeppelin), Demons and Wizards (Uriah Heep), entre tantos outros que queriam mesmo é mostrar para o mundo o que estavam aprendendo nas aulas que frequentavam. No Brasil o ímpeto, com certeza, foi o mesmo, visto que alguns anos depois, mas ainda na mesma década, afinal quando se fala de Rock, é impossível não ter uma fonte de inspiração gringa. Preocupados, principalmente, com a propagação do estilo Rock, Casa das Máquinas fez tudo como mandava o script e mandou ver logo na primeira faixa do LP, essa sendo batizada com o nome que, também, fora dado ao compacto, ou seja Casa de Rock, e creio que nem seja necessário dizer o quanto vale a pena escutar, mesmo assim, escuta aí!




Essa foi o carro chefe nesse full lenght, pois levava o mesmo nome do disco, é a primeira faixa nele som contar que é toda festeira e animada.

Para que possa ter noção do trabalho espetacular que foi desenvolvido nesse bolachão, uma canção, totalmente envolta naquilo que estamos habituados a nomear como balada, da uma quebrada na quebradeira que fora proposta no início, o nome da música é Certo sim, seu errado. A letra é bem curta, mas de abrangência imensa, até os dias de hoje, já que expõe uma espécie de revolta do locutor com essas pessoas que só se preocupam em dizer que você está errado por ter feito sua própria escolha, paradoxalmente chamando essa pessoa de errado por fazer isso, e embora tenha todo esse clima de “vou desabafar” é toda entoada num ritmo bem lento e gostoso de se ouvir. Estress é o nome de sua sucessora, e aí já voltamos ao “normal”. A introdução já vem com uma frase solada da guitarra potentíssima de Pisca, sem contar a linha de baixo que o mesmo gravou, que dispensa comentários. O que mais impressiona no conjunto, é que não há um entre eles que passe despercebido, é comum termos bandas onde somente o vocalista se destaca, ou o guitarrista, quem sabe o tecladista, dificilmente o baixista idem, quiçá o baterista, entretanto no Casa das Máquinas a coisa é diferente, não há um entre eles que não se destaque. Se quiser gostar, mesmo, da banda, você tem que ouvir, de forma muito atenta, no mínimo umas cinco vezes seguidas esse álbum, para que você possa internalizar todos aquelas passagens sonoras que parecem solar a todo momento, porém de forma ordenada e coesa. É impressionante.
A banda quebra tudo, pela primeira, logo ao iniciar a faixa consecutiva, onde num riff Ritchie Blackmoriano introduz Londres em nossos ouvidos, e que não podendo ser diferente, divulga e propaga o Rock ‘n’ Roll em uma letra muito marcante e grudenta, sem esquecer, é claro, da pegada instrumental que só corrobora tudo isso de forma bem pesada e estudada.



Como falar desse petardo é impossível sem se estender, vou pular logo para a última canção e deixar com você a responsabilidade de interpretação a partir daqui. Essa que será mencionada agora, chama-se Eu queria ser e explica-la é tremendamente difícil, porque ela é uma mescla de tudo! Numa conversa com um amigo até disse que de tão louca que é essa música considero-a uma faixa que poderia ser um álbum, uma espécie de canção conceitual, pelo simples fato que ela muda de tom a todo momento, contando sempre a mesma história, mas sempre com riffs e linhas de baixo, viradas de bateria, improvisos no órgão, um timbal muito peculiar, et cetera, et cetera, em outros arranjos, se assim pode-se dizer. Essa é de cair o queixo, escolhida para encerrar com chave de ouro não à toa.

Vou deixar agora que escute o álbum na íntegra. Ah! Escute até o fim, não vai se arrepender.


Tracklist:
01- Casa De Rock
02- Pra Cabeça
03- Certo Sim, Seu Errado
04- Estress
05- Londres
06- Dr Medo
07- Mania De Ser
08- Lei Do Sonho De Um Vagabundo
09- Essa é A Vida
10- Eu Queria Ser

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