Winny Puhh, uma atrocidade musical!

Por João C. Martins

Esta semana, ao visitar os mais diversos sites de entretenimento, encontrei um que tinha como descrição antes de um vídeo a frase, “Engula seu café antes de dar o play”. Confesso que não consegui imaginar muita coisa referente ao que, de fato, seria mas mesmo assim me senti tentado a dar o play, mesmo não tendo nenhum café próximo a mim. Li um pouquinho do que mais havia ali. Dizia ser uma banda de Punk Rock, que se valia muito de suas performances sempre peculiaríssimas e que, isso o mais atrativo, é da Estônia! Depois de ler isso que eu disse, com certeza você está procurando na memória quantas bandas da Estônia conhece, e concorda que não é algo tão comum assim. Pois bem, o vídeo estava carregado e a atração começara. Não entendi muito bem no início o que estavam falando, e só depois me dei conta que não sei nada de estoniano, nem ouvindo, tampouco lendo, mas, modéstia a parte, sei um pouquinho sobre Rock ‘n’ Roll, e sei que o que esses caras fizeram naquele palco foi uma das atitudes mais Rockeiras dos últimos tempos.

O nome da banda é Winny Puhh, a pronúncia deve ser essa mesmo que está pensando, que não sei qual é, e eles lançaram dois discos em sua carreira, que vem desde 1993. Essa informação não é muito confiável, confesso, pois o máximo que consegui entender, referente a essa estranha banda, foi aquilo que estava escrito no Wikipédia, visto que é o único material escrito numa língua de fácil entendimento, enquanto em todos os outros sites, jornais e programas, o conteúdo encontra-se na língua nativa dos rapazes, cujo a qual nem mesmo com muita boa vontade consegui decifrar aqueles códigos malucos. Chega a ser cômico, pelo fato de que de uma frase inteira, conseguia encontrar a tradução de apenas, uma, quando muito, duas palavras, como no vídeo que veremos a seguir.

Como orientação, passo a mesma advertência de quando vi. Engula seu café antes de dar o play. O nome da faixa é Meiecundi mees üks korsakov läks eile Lätti (Por favor, não pergunte o que significa, só o que sei, via Google tradutor, que tem algo relacionado a um homem que foi ontem a Letónia).

 

Extremamente doentio. Não entendo nada do que falam, mas tenho certeza que é algo muito louco. A forma que se apresentam, as vestes, o jeito de cantar, o som… é tudo muito estranho para uma única noite.

Essa apresentação aconteceu no programa Eesti Laul (The song of Estonia’) que se assemelha ao Got Talent ou até mesmo ao programa Ídolos que tínhamos aqui em nossa terra.

E se pensa que isso foi particularidade nessa apresentação, veja o que eles já tinham feito nesse mesmo ano (2013).

 

E em qualquer outro lugar que eles apareçam, algo de novo vai acontecer, tenha certeza.

Como dito, apesar da longa carreira, de mais de vinte anos, apenas dois álbuns foram lançados, ambos pela mesma gravadora, a Legendaarne Rokenroll Records, sendo um no ano de 2006, conhecido por Täämba Õdagu Praadimi Kunna e o outro em 2010, esse nomeado Brääznik.

Dou maior destaque para o primeiro citado, pois tem uma veia muito voltada ao Rock, além dele ter uma algo em si, que considero de muito bom gosto, que é, seguir aquela coisa de parecer um show, ou seja, uma faixa que se conecta a seguinte e assim sucessivamente. E não pense que é só gracinha que faz deles uma grande banda, mas sim seu estilo Punk Rock/Hard Core agressivo é capaz de formar rodas de porradaria em qualquer lugar que toque uma de suas canções. Lembra muito a pegada da banda estadunidense Corrosion of Conformity no início de sua carreira, principalmente quando lançaram seu debut, chamado Eye for an eye, que soa como se tivesse sido gravado numa paulada só, num único dia, sem mixagem, sem nada, só tocaram e gravaram.

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Esta é a capa do disco. Outro ponto interessantíssimo é que em certos momentos simulam algo como uma transmissão de rádio.

Um exemplo do peso desse álbum pode ser evidenciado pela faixa Kolm Põrsast, que com um “riffzão” grave e cadenciado, mostra a qualidade dos caras em fazer som sujo.

O tracklist nesse compilado ficou assim:

01- Head Ööd

02- Karuott

03- Nuudlid Ja Hapupiim

04- Kolm Põrsast

05- Rambo

06- Meid Tervendab Kashpirovski

07- Vanamutt

08- Olevik

09- Jube Lugu

10- Täämba Õdagu Praadimini Kunna

11- Lõke Preerias

12- Pornofilmide Näitlejad

13- Suusasõit

Bonus:

14- Vanamutt (Radio Edit)

15- Nuudlid Ja Hapupiim (Radio Edit)

 

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Os integrantes são: Indrek Vaheoja (Vocal), Silver Lepaste (Guitarra), Ove Musting (Guitarra), Indrek Nõmm (Baixo), Kristjan Oden (bateria e percussão) Olaf Sander (bateria e percussão).

E se acha estranho ter dois bateristas tocando a mesma bateria um de frente para o outro… realmente é muito estranho.

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