Por Rose Gomes
Vez por
outra meus ouvidos são presenteados com raridades musicais daquelas de arrepiar
até os pelinhos do nariz e melhor ainda é quando estas raridades são nacionais.
Se você nunca ouviu falar do Black Zé, prepare seus ouvidos e a sua mente para
uma viagem louca!
O Black Zé é
daquelas bandas que ao ouvir você se pergunta o porquê de não mais existir,
pois é uma tremenda atrocidade que um conjunto de músicos de qualidade tão
gritante não tenha feito mais nada juntos, a não ser um único, clássico e raro
álbum, que atende pelo nome de Só Para os Loucos... Só Para os Raros e do qual
falarei a seguir.
O grupo foi
formado em 1973 pelos músicos Luiz Roberto Peçanha (já falecido) nos vocais; o
produtor e líder da banda, Richard Brokaw na guitarra e flauta; o compositor Márcio
Aguinaga também nas guitas; Thomas Brokaw (irmão de Richard) no baixo; Conde
Borromeu na batera e Guilherme Valle
(vulgo Bill Valey), que ficou à frente das guitarras na segunda formação da
banda.
O som dos
caras mesclava o rock com elementos do tropicalismo e uma pitada de blues; tudo
muito bem excecutado. Após a morte do vocalista Luiz Peçanha, em 1999, os caras
até tentaram voltar à ativa, mas não obtiveram duas coisas essenciais para que
uma banda seja reconhecida em seu país: espaço e apoio e infelizmente pararam
por aí.
Mas vamos ao
que realmente interessa, o clássico – e visionário, diga-se de passagem - disco
de 1975, que traz 11 faixas de um rico instrumental e letras absolutamente
criativas. Aí você me pergunta, visionário por quê? E eu te respondo: qualquer
um que ouvir este disco vai jurar que se trata de um trabalho dos anos 80,auge
do rock brazuca, tamanho clima oitentista que o álbum traz, tanto nos vocais
como no instrumental, impressão que se concretiza nas faixas Só Para os Loucos (que ganhou regravação da
lenda Ventania em 2000), O Dia Virá e o delicioso blues Cilada, com riffs
encantadores.
Deste
belíssimo trabalho ainda destaco as faixas Onde É, que mais uma vez mostra o engenhoso
trabalho nas guitas; Lanterna (um som bastante psicodélico, viagem total junto
à letra!) e a instrumental Dueto Rio-Bahia, que traz um trabalho muito bem
elaborado de cozinha e guitarras, misturado a um certo swuing brasileiro.
É um disco
precioso, daqueles que você deve degustar faixa a faixa e uma verdadeira
raridade nacional!
Fotos: Luis Miracco e Blog Neanderthal.
http://palcomp3.com/Blackze/
ResponderExcluirMusicas inéditas
Álbum incrível, muita qualidade. Pelo que parece existia um monstro engolindo as boas bandas de rock brasileiras nos anos 70 (até mesmo 80) e até os dias de hoje
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