Monsters Of Rock, eu vi! (do lado de fora)

Domingão de manhã e nada em vista para mais um dia que se iniciava. Então, eu e meu namorado tivemos a ~brilhante ideia~ de assistir aos shows do dia do festival Monsters of Rock, mas como estávamos com a carteira meio vazia (sabe comé né, fim de mês e ingressos custando a “bagatela” de 400 mangos cada), pensamos que seria uma boa assistir a alguns shows do lado de fora da Arena Anhembi. Pensamos.
Ele queria humildemente prestigiar (ao menos ouvir)  os shows do Yngwie Malmsteen, Unisonic e Accept e eu nutria esperanças de curtir o show do Kiss (vai saber, de repente em cima da hora e no desespero, um cambista poderia me cobrar 50 reais por um ingresso, risos). Mas não.
Tudo bem.
Ao chegarmos nos arredores do Anhembi a primeira dificuldade: estacionar o carro de graça. Impossível! Flanelinhas, flanelinhas, flanelinhas everywhere! Os caras pareciam sair de dentro dos bueiros! “Vai no show de rock? Estaciona aqui, só 30 reais.” TRINTA REAIS O MEU **! COM TRINTA REAIS EU BEBO E MUITO BEM, OBRIGADA!

Finalmente encontramos um lugar “vazio”. Beleza. Caminhamos (para carvalho) até chegar à  Avenida Olavo Fontoura, onde fomos quase atropelados por um repórter do plim plim e seu cinegrafista, que do nada pularam um muro à nossa frente e atravessaram a rua numa boa. Então passamos embasbacados  com a visão do palco e do telão, (dava pra ter uma boa vista do show que estava rolando). A animação era clara: paramos num bar, bebemos e animados, seguimos ao nosso destino: a calçada. Impressionante o número de pessoas acompanhando os shows do lado de fora. Grupos de amigos de todas as idades, ou até mesmo solitários, munidos com coolers cheios de bebidas, sentados na calçada, nos gramados do lado de fora, bebendo e bangeando, curtindo o som ali mesmo, daquele jeito, já que não tinha jeito, a grana era curta.

Assistimos a umas três músicas do Unisonic e logo bateu a deprê: estávamos do lado de fora, vendo as pessoas na fila, entrando na arena e nós ali, como que mendigando os resquícios de um som feito para quem estava lá dentro. Ao nosso lado um grupo de amigos e um mendigo (que era a cara do Away) que havia se juntado a eles pra beber de graça. Resolvemos dar uma volta, chegar mais perto da arena. Fui encoxada por um cambista, meu namorado quase bateu nele, foi um mini-barraco. Caímos fora. Terminamos o domingo num boteco perto de casa, tomando uma boa bebida e rindo de nós mesmos pela “aventura”. Valeu a pena? Não. Mas o headbanger que está acostumado a acompanhar shows do lado de fora merece o meu respeito. Tem que ter saúde!

Deixo aqui duas sugestões. Primeira: produtoras, vamos diminuir o valor dos ingressos! É um absurdo se pagar quase mil reais em duas entradas para um dia de show! Segunda: grandes mídias deste país, por favor, pauta merecidíssima essa com a galera que prefere ficar no meio da rua curtindo o som da sua banda preferida (por falta de grana) do que em casa amargurando por não ter tido condições de ir aos shows. Merecem meu respeito porque pra mim não deu. Show para esta tia que vos escreve só do lado de dentro, ou pela televisão.

Por Rose Gomes

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