"Secret Garden", o ótimo retorno do Angra

Passando pela sua terceira grande reformulação, agora com o italiano Fabio 'estan cansadinhos?' Lione (Rhapsody of Fire, Vision Divine) no vocal e com Bruno Valverde na bateria, o trio remanescente, Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt (guitarras) e Felipe Andreoli, recolocou o nome da banda na cena do power/progressive metal com o lançamento de Secret Garden, que saiu primeiro no Japão em dezembro de 2014 e no resto do mundo em janeiro de 2015.
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Trata-se de um disco conceitual, contando a história de um cientista que perde sua esposa e seu trabalho e passa a questionar sua fé e seus conceitos após isso. Segundo o guitarrista Rafael Bittencourt, o fato de a banda ser formada por membros com diversas religiões (Rafael é umbandista, Fabio é católico, Bruno é protestante, Felipe é ateu e Kiko, segundo ele, "não tá nem aí") ajudou na composição desse lado mais espiritual das letras e nas fases que o personagem passa.
Musicalmente é o disco mais progressivo do Angra, já evidenciado logo na faixa de abertura Newborn Me, além dos singles Final Light e Storm of Emotions.
Uma outra novidade foi a presença constante de Rafael cantando. O guitarrista assume os refrãos da já citada Storm of Emotions, canta integralmente a progressiva Violet Sky e a pinkfloydiana Silent Call e divide com Doro Pesch os vocais em Crushing Room.
Há outra participação importante em Secret Garden: a holandesa Simone Simons (Epica) que canta sozinha a faixa título do álbum, uma emocionante semi-balada.
Ainda representando o lado progressivo - e maior - do disco, tem a excelente Upper Levels, que infelizmente não ganhou uma presença nos setlists da banda.
Do Angra mais power/speed metal tem as ótimas Black Hearted Soul e Perfect Symmetry que podem agradar em cheio os fãs de canções mais rápidas da banda.
Um ótimo retorno e certamente o melhor trabalho da banda em cerca de 10 anos. A atual formação tem tudo para amadurecer e retornar daqui um ano ou menos com um disco ainda mais forte e sólido - mesmo com a entrada de Kiko no Megadeth e sua substituição temporária por Marcelo Barbosa (Almah).
O disco foi produzido na Suécia por Jens Bogren e contou também com a participação de Bruno Sutter (Detonator) e Alirio Netto (Age of Artemis) em vocais de apoio.

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